São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 1995
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Otan descarta suspensão dos ataques

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Otan (aliança militar ocidental, liderada pelos EUA) rechaçou ontem exigências sérvias para que não mais atacasse posições dos sérvios da Bósnia.
"O potencial aéreo da Otan continua disponível para ajudar a defender as áreas protegidas e as forças de paz das Nações Unidas", diz um comunicado emitido ontem pelos 16 ministros das Relações Exteriores da organização.
Em reunião em Noordwijk (Holanda), os representantes da Otan decidiram apoiar reforços para tropas da ONU na Bósnia, que têm hoje cerca de 22 mil homens.
Os aviões da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também devem continuar a servir de patrulha na região dos Bálcãs para a manutenção do embargo de armas aos países da ex-Iugoslávia.
O comunicado não revelou como seria reforçada a presença das tropas. Funcionários falaram num "reagrupamento" dos soldados para que unidades isoladas não possam ser tomadas como reféns.
Os EUA mantiveram sua posição de não enviar tropas terrestres à Bósnia. Mas vários países, como a própria Holanda, ameaçam retirar suas tropas da Bósnia.
O governo bósnio manifestou preocupação com uma possível redução das tropas da ONU nas "áreas protegidas", onde são a única garantia de suprimentos aos civis muçulmanos sitiados.
EUA, França, Alemanha, Reino Unido e Rússia, grupo criado para negociar uma solução pacífica para o conflito na ex-Iugoslávia (Grupo de Contato), ameaçaram retaliação contra os sérvios, sem especificar de que tipo.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Kozirev, reafirmou que o Grupo de Contato pretende usar diplomacia, não a força, para libertar os reféns.
O enviado especial da Rússia a Belgrado, capital da Sérvia, tentava convencer o presidente Slobodan Milosevic a reconhecer a legitimidade do governo bósnio.
Mas a tentativa de isolar o líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, dos sérvios da Sérvia era encarada com ceticismo.
"Se Milosevic reconhecer a Bósnia, isso vai deixar os líderes sérvios da Bósnia mais irritados", disse um funcionário da ONU.
A Rússia conseguiu obter ontem status especial nas relações com a Otan. Os membros aceitaram a participação russa num programa de cooperação militar, mas afirmaram que a aliança ainda quer a adesão de ex-países socialistas do Leste Europeu. A Rússia se sente ameaçada com essa adesão.

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