São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995 |
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Crise financeira fez 49 bancos fecharem este ano
SÔNIA MOSSRI
Para evitar uma quebradeira de bancos antes da reeleição do presidente Carlos Menem, em 14 de maio, o ministro da Economia, Domingo Cavallo, aumentou a dívida pública em US$ 3 bilhões com a emissão de bônus e empréstimos internacionais. Estas instituições impõem limites de saques aos clientes e renovam automaticamente as aplicações porque não têm recursos disponíveis para pagar as aplicações e depósitos dos correntistas. Os argentinos estão se adaptando a esta nova situação. Depois da fuga de US$ 7,5 bilhões de depósitos, novos recursos estão voltando, mas concentrados em bancos de conhecida credibilidade e sem risco de quebra. O BC revela que 62% dos depósitos bancários (US$ 24,8 bilhões), concentram-se nos 15 maiores bancos. Governo e banqueiros não falam oficialmente sobre a insolvência dos bancos. As grandes instituições preferem a reforma lenta do sistema bancário porque poderão comprar instituições por preços abaixo do valor do mercado. O resultado desta política é que o crédito continua caro e praticamente inacessível às pequenas e médias empresas. As grandes empresas estão pagando taxas nominais de mais de 18% ao ano para financiamentos de 30 dias em pesos. Em dólares, esta taxa cai para 15%. A inflação anual prevista pelo governo para 95 é de 3,9%. A quebra de bancos atacadistas -entidades que não trabalham com a captação de depósitos mas com grandes investidores- provocou um prejuízo de mais de US$ 3 bilhões para seus clientes. Apenas um dos principais bancos atacadistas em liquidação, o Extrader, deve mais de US$ 1 bilhão a grandes investidores -alguns deles integram o governo Menem. Texto Anterior: A difícil paz cambial Próximo Texto: Reeleição de Menem não atrai investidores Índice |
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