São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995 |
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Partidos aproveitam para pedir cargos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O PTB, o PL e o PP aproveitaram a votação de ontem, da emenda das telecomunicações, para pressionar o presidente Fernando Henrique Cardoso a distribuir cargos no segundo escalão.Pela manhã, parlamentares dos três partidos se reuniram e discutiram a possibilidade de apresentar emendas para modificar o texto aprovado em primeiro turno. Outra alternativa seria apresentar um requerimento para adiar a votação. O principal objetivo da manobra era demonstrar o descontentamento dos parlamentares com a demora na distribuição dos cargos. As listas de indicações dos partidos foram encaminhadas para FHC há mais de três meses. A Folha apurou que o líder do PL, Valdemar Costa Neto (SP), reivindica para o partido uma diretoria na Telesp. Já o líder do PTB, Nelson Trad (MS), está empenhado em nomear correligionários na Telems, estatal de telecomunicações do Mato Grosso do Sul. O líder do PP, Odelmo Leão (MG), encaminhou indicações para o INSS do Rio de Janeiro e na estatal Furnas. A ameaça de rebelião foi contida pelo vice-presidente Marco Maciel e pelo ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que pediram ``paciência" aos governistas. Maciel e Motta conversaram com os líderes dos três partidos em um almoço realizado no Palácio do Jaburu, do qual também participou FHC. Maciel ouviu queixas sobre a indefinição do governo para preencher cargos e afirmou que o problema seria resolvido em breve. Já Costa Neto, do PL, disse que a reunião da manhã teve por objetivo a retirada do trecho que veta a regulamentação da emenda por medida provisória. Ele ainda tentou apresentar requerimento com este objetivo, mas não foi encaminhado a tempo à Mesa da Câmara. No almoço, no Jaburu, os ruralistas também entraram no cardápio -ameaçavam impedir o quórum para votação da emenda do petróleo prevista para hoje. Esses deputados ligados à atividade agropecuária somam 140 votos. Durante o almoço, coube ao líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), avisar a FHC que eles exigiam um acordo sobre a renegociação das dívidas vencidas para não obstruir a votação. ``Este assunto vai ser controlado", disse o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE). O encontro de FHC com os ruralistas está previsto para hoje às 11h. Texto Anterior: Recuperação pode ser rápida Próximo Texto: Governista promete vitória 'de goleada' Índice |
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