São Paulo, sexta-feira, 9 de junho de 1995
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Fundação absorverá funções da secretaria

ELVIS CESAR BONASSA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fundação Cultural do Estado de São Paulo, em fase de criação pelo governo, vai funcionar em duas frentes: realização de eventos culturais tradicionalmente feitos pela Secretaria da Cultura, como o Festival de Inverno de Campos do Jordão, e financiamento a projetos independentes.
É a junção de duas idéias. Em primeiro lugar, substituir com mais agilidade a estrutura burocrática da secretaria, com possibilidade de buscar recursos privados. Em segundo, funcionar como uma ``Fapesp cultural". A Fapesp financia projetos de pesquisa na área universitária, após consulta a especialistas para atestar a qualidade do projeto.
O projeto da fundação foi encaminhado anteontem para o governador Mario Covas. Após aprovação, segue para a Assembléia Legislativa, na forma de projeto de lei.
O órgão, funcionando como uma sociedade de direito privado, será responsável pela contratação de todo o pessoal diretamente ligado a atividades artísticas e culturais. As contratações serão feitas por concurso, mas regidas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que não prevê estabilidade no emprego.
Com isso músicos e funcionários de oficinas culturais, por exemplo, deixam de ser funcionários públicos e se tornam empregados da fundação. ``A estrutura própria da Secretaria de Cultura ficará muito enxuta, com apenas umas 50 pessoas", afirma o secretário Marcos Mendonça.
As fontes de recursos serão duas: pública, por meio de uma dotação mínima do governo do Estado, e privada, por meio de convênios, patrocínios e uso das leis de incentivo à cultura. Essa segunda fonte não pode ser legalmente usada pela Secretaria da Cultura, mas está livre para um fundação de direito privado.
Isso não significa que a nova fundação será independente. Ela será comandada por um conselho curador, formado por cinco secretários de Estado, os três reitores das universidades estaduais e quatro representantes da sociedade civil nomeados pelo governador.
A presidência do conselho fica com o secretário da Cultura. Esse conselho nomeará os cinco diretores, que podem ser demitidos a qualquer tempo -não terão mandato fixo.
``Com essa estrutura, o governo dará as diretrizes da política cultural, a ser desenvolvida pela fundação", afirma Mendonça. Além disso, será formado um conselho consultivo, com representantes de todas as áreas culturais, para opinar na formulação de projetos e linhas de atuação do órgão.
Na outra frente, como a Fapesp cultural, a fundação abrirá editais para avaliação e financiamento de projetos.
Uma peça teatral ou exposição de fotos, por exemplo, poderá se inscrever. Caso aprovados por especialistas consultados pela fundação, os projetos ganham financiamento.

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