São Paulo, sexta-feira, 9 de junho de 1995
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Diplomatas negociam a libertação de Alves

ANDRÉ FONTENELLE
ENVIADO ESPECIAL A BELGRADO

A diplomacia brasileira, que esperava para ontem a libertação do capitão Harley Alves, acredita numa solução até o fim-de-semana.
Alves, observador militar em Grbavica (arredores de Sarajevo), é o único brasileiro que permanece como refém, após a libertação do capitão João Batista Bezerra Leonel Filho, anteontem.
Como outros países, o Brasil mantém atualmente um encarregado de negócios, Samuel Bueno dos Santos, à frente da embaixada na Iugoslávia --país cujas relações com outros países são limitadas pela ONU.
Os diplomatas brasileiros estão negociando com os sérvios da Bósnia a inclusão de Harley Alves no próximo grupo de reféns a ser libertado.
Num contato, aproveitaram a origem sérvia de um dos funcionários da embaixada para tentar sensibilizar Sonia Karadzic, filha do líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic, e encarregada da comunicação do governo de Pale.
Um dos diplomatas falou com João Batista Leonel, anteontem, no aeroporto de Belgrado, antes do embarque para Zagreb.
"Ele disse que foi razoavelmente bem tratado. Só temeu quando os sérvios disseram que os reféns corriam perigo, em caso de retaliação da ONU. Deu notícias de Harley, em um sentido positivo".
No cativeiro, a principal dificuldade dos reféns foi a alimentação. Muitos só receberam sopa e pão. Alguns viveram momentos de tensão, principalmente no início da crise, ao discutirem com sérvios.
Vargas Llosa
O escritor peruano Mario Vargas Llosa participou ontem em Belgrado do lançamento de um livro que denuncia a manipulação dos meios de comunicação na ex-Iugoslávia.

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