São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995
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Covas abre negociações com Rede Cultura

ELVIS CESAR BONASSA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mario Covas pode fechar na segunda-feira um acordo com a direção da Rede Cultura para suspender por 120 dias o corte de verbas da emissora. O acordo, se confirmado, evitará as 350 novas demissões previstas. Até agora, 250 dos 1.600 funcionários da emissora perderam o emprego.
A proposta de trégua partiu do diretor-superintendente da Cultura, Renato Bittencourt, e foi encampada pelos deputados que compõem a comissão especial da Assembléia Legislativa, criada para buscar soluções para a crise na TV.
Bittencourt quer usar em pagamento de salários os R$ 4 milhões especialmente destinados pelo governo ao pagamento dos direitos trabalhistas dos demitidos (férias, indenizações etc.). Além disso, está cobrando uma dívida de R$ 3 milhões da Secretaria de Estado da Educação.
A soma de R$ 7 milhões daria condições para a TV funcionar a pleno vapor por 120 dias, repondo o valor do corte orçamentário. A conta é simples: o orçamento mensal da emissora foi cortado em R$ 1,7 milhão -de R$ 4,5 milhões para R$ 2,8 milhões. Em quatro meses, o corte é equivalente a R$ 6,8 milhões.
Covas esteve ontem na Assembléia Legislativa. Em conversa com os deputados da comissão, afirmou que irá se reunir com a direção da Rede Cultura na segunda-feira de manhã para negociar o acordo. Depois, recebe os deputados.
Bittencourt acredita que, concedida a trégua de 120 dias, a Rede Cultura terá condições de buscar novas fontes de recursos e afastar definitivamente a necessidade de demissões.
Entre as novas fontes possíveis, estão aluguel de equipamentos, prestação de serviços e apoio institucional de empresas públicas e privadas.
Na segunda-feira, Jorge Cunha Lima toma posse como novo presidente da Fundação Padre Anchieta, que controla a Rede Cultura.
O cargo estava sendo ocupado interinamente por Bittencourt, que permanecerá como diretor-superintendente.

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