São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995
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Loyola tenta impedir limite de 12% no juro

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Poucas horas após ter seu nome aprovado pelo Senado, o futuro presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, saiu a campo para convencer políticos governistas a impedir a votação do projeto de lei que limita em 12% anuais os juros reais (acima da inflação).
Em dupla com o ministro Pedro Malan (Fazenda), Loyola fez um apelo às lideranças governistas durante jantar na noite de anteontem na casa do deputado Jackson Pereira (PSDB-CE), vice-líder do governo na Câmara.
Loyola insistiu que o projeto ameaça o Real e que, no próximo semestre, os juros vão cair de forma a não comprometer o plano.
Na avaliação dos líderes, o governo corre o risco de ser derrotado na Câmara. Vários dos convidados para o jantar assinaram o requerimento para a votação urgente do projeto no plenário da Câmara.
Entre as 310 assinaturas recolhidas, há 66 deputados do PMDB, 34 do PFL e 26 do PSDB -os três maiores partidos da base parlamentar do governo.
Para ser aprovado, são necessários 257 votos (metade mais um do total de deputados). O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), já anunciou que submeterá o projeto à votação a partir da próxima semana.
Durante o jantar, Malan e Loyola ouviram um sinal das dificuldades que o governo enfrentará. O deputado Rodrigues Palma (PTB-MT) lembrou que a maioria dos deputados tomou dinheiro emprestado no banco e paga juros de 16% no cheque especial.
``Na hora de acionar o voto, o dedo vai coçar", alertou.
``O governo vai ter que sinalizar que é mesmo passageiro este patamar estratosférico", completou o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que também assinou o pedido de urgência.

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