São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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Refinarias querem retomar paralisação

DA AGÊNCIA FOLHA; DA SUCURSAL DO RIO; DAS REGIONAIS

Lideranças da categoria pretendem insistir na negociação com a Petrobrás; FUP busca apoio de parlamentares
Funcionários de várias refinarias da Petrobrás que encerraram greve de 30 dias no último dia 2 de junho aprovaram ontem o início de nova paralisação.
Eles se queixam de que as negociações com a empresa por reajustes e revisão das demissões não estão evoluindo. As lideranças dos petroleiros, no entanto, pretendem insistir na negociação.
Ontem, no Rio, o coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carlos Spis, disse que o retorno à greve não está descartado, mas ele só aconteceria após o esgotamento de todas as tentativas de negociação com a Petrobrás.
Spis informou que a partir de hoje, quando estará em Brasília, tentará entrar em contato com os parlamentares do fórum suprapartidário formado durante a greve, para obter auxílio nas negociações.
Ontem, os petroleiros realizaram assembléias regionais. Os funcionários da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias) mantiveram o indicativo de greve.
Os petroleiros da Revap (Refinaria do Vale do Paraíba), em São José dos Campos (SP), aprovaram ontem, em assembléia, o início de uma nova greve. Eles querem parar no dia 27 de junho.
Em Cubatão (SP), os petroleiros da Refinaria Presidente Bernardes decidiram, em assembléia, apoiar uma nova greve geral.
Eles pretendem definir a data para o início da nova paralisação segunda-feira, no Rio, durante encontro das lideranças sindicais dos petroleiros na sede da FUP.
O presidente do Sindipetro da Baixada Santista, Averaldo Menezes, disse que a greve pode ser iniciada no dia 20 ou dia 27 deste mês. O Sindipetro não descarta a hipótese de voltar a ocupar a Presidente Bernardes. Na última paralisação, 600 petroleiros de Cubatão permaneceram 24 dias dentro da unidade da Petrobrás.
Em Minas, os funcionários da Regap (Refinaria Gabriel Passos), em Betim, deram início ontem a uma operação-padrão. Os petroleiros decidiram também utilizar uma tarja preta durante o expediente, em protesto contra a Petrobrás e a decisão da Justiça de multar a categoria pela última greve.
Na Bahia, os petroleiros decidiram ontem, em assembléia, manter o estado de greve. Eles continuarão trabalhando, mas podem parar a qualquer hora. Estão previstas manifestações, nos próximos dias, em frente à Rlan (Refinaria Landulfo Alves).
Na Refinaria de Capuava, em Mauá (SP), os petroleiros devem fazer assembléia para decidir sobre o assunto até terça-feira, disse o presidente do Sindicato dos Petroleiros de Mauá, Hermes Rangel.
Em Canoas (RS), os petroleiros da Refap (Refinaria Alberto Pasqualini) realizam assembléia às 7h45 de amanhã para decidir sobre nova paralisação.
A única refinaria que decidiu, em assembléia, não fazer greve nem outro tipo de mobilização é a de Araucária, no Paraná.
Jaime Ferreira, um dos diretores do Sindicato dos Petroleiros, disse que a categoria decidiu ``dar mais um tempo" para que as negociações entre a Petrobrás e a FUP ``cheguem a um bom termo".
Lista
Ontem, a Petrobrás não divulgou a lista dos demitidos durante a greve. A Folha pede a lista desde anteontem.

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