São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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Deputado vai mover ação contra Motta

LUCIO VAZ; WILLIAM FRANÇA; ROBERTO SAMORA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) apresentou ontem requerimento na Câmara solicitando informações ao ministro das Comunicações, Sérgio Motta, sobre as nomeações no sistema Telebrás.
Motta disse à Folha que houve negociação política no preenchimento dos cargos do sistema Telebrás. Na próxima semana, Ferro deve entrar com representação no Ministério Público contra Motta.
Ferro diz que Motta violou o artigo 6º da Lei de Responsabilidade ``ao permitir a troca de cargos por votos para a aprovação da emenda que quebrou o monopólio das telecomunicações".
No requerimento de informação, Ferro pediu a relação dos nomeados a partir de 31 de março, as qualificações técnicas dos favorecidos, os cargos, os vencimentos e de quem foram as indicações.
A negociação entre Motta e líderes do PP e do PTB ocorreu na semana passada. As articulações foram iniciadas durante um almoço no Palácio do Jaburu, dia 6.
Nesse dia, o presidente Fernando Henrique Cardoso foi levado até a mesa onde estavam os líderes do PP, Odelmo Leão (MG), e do PTB, Nelson Trad (MS). Os dois informaram que as suas bancadas estavam insatisfeitas.
Durante o almoço, o presidente foi informado de que o PP, o PTB e o PL ameaçavam negar quórum para a votação das emendas das telecomunicações e do petróleo.
FHC recebeu o líder do PL, Valdemar Costa Neto (SP), e determinou a Motta que recebesse os líderes do PP e PTB.
Trad disse à Folha que Motta prometeu, no dia 6, que as nomeações nas `teles' começariam a sair a partir de 4 de julho.
FHC
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, por intermédio do seu porta-voz, que não houve qualquer ``condicionalidade" entre a indicação de nomes para ocupar cargos e a votação das reformas constitucionais.
``O ministro Sérgio Motta (Comunicações) já tinha afirmado que não houve barganha. Não houve", disse o porta-voz Sérgio Amaral.
O porta-voz disse que a posição de FHC é a mesma desde a época de formação do ministério. ``Se houver uma indicação política e os nomes forem adequados à função, não há porque não serem aproveitados". Disse que as nomeações nas telefônicas ainda nem foram feitas.
Tocantins
O novo delegado do Ministério da Educação do Tocantins, Antonino Santana Gomes, 43, afirmou ontem que sua indicação para o cargo partiu de uma solicitação da bancada do PPR na Câmara.
``Minha indicação teve a aprovação unânime de todos os deputados e senadores do Tocantins, com o apoio do governador, José Wilson Siqueira Campos (PPR)".
Gomes disse, porém, que não crê que sua nomeação esteja ligada às votações no Congresso.

Colaboraram WILLIAM FRANÇA, da Sucursal de Brasília, e ROBERTO SAMORA, da Agência Folha

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