São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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Ideologia envenena a história, diz Jaguaribe

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Os participantes do 1º Seminário Internacional sobre o projeto de pesquisa ``Estudos Críticos da História" encerraram o evento com debates sobre antigas civilizações e a influência de ideologias no estudo da história. O evento aconteceu ontem e anteontem na Universidade de São Paulo.
Durante o seminário, o cientista político Hélio Jaguaribe, decano do Instituto de Estudos Políticos e Sociais (Iepes), do Rio, defendeu que o estudo da história não seja limitado por dogmas e ideologias.
``As ideologias envenenam a história", disse ele à Folha. Para Jaguaribe, não se chegou ao ``fim das ideologias", como apregoam algumas teorias, mas elas estão ``menos radicais e influenciando menos o estudo da história".
Dogmas são idéias que seguidores de religiões ou ideologias consideram absolutamente certas e inquestionáveis.
Jaguaribe cita como dogma a tese de Karl Marx (1818-1883) segundo a qual a história é movida pela luta entre as classes sociais.
O seminário foi coordenado pelo Ipes com apoio da USP e da Universidade de Buenos Aires. Trata-se da primeira vez que a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) escolhe uma instituição do terceiro mundo para realizar uma grande pesquisa na área.
O objetivo do estudo, que vai até 1998, é determinar as principais condições que influenciaram o surgimento, desenvolvimento e decadência de 16 civilizações.
Em seguida, o estudo deverá analisar as condições específicas existentes no período de cada civilização. No final, os historiadores tentarão determinar de que maneira as informações obtidas podem melhora a compreensão da atualidade.

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