São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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Música local tem dois sistemas

ALBERTO MARSICANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A música indiana é uma das mais antigas manifestações culturais conhecidas. Nos primórdios do século 9º a.C. a sílaba sagrada ``aum" era entoada pelos sacerdotes brâmanes.
Os Vedas -livros sagrados que são a base do hinduísmo, escritos entre 1500 e 600 a.C.- são cantados numa sequência de três notas (ré, mi, fá).
Um único sistema regeu a música indiana até o século 12, quando essa sólida unidade foi abalada pelas invasões persas e mongóis no norte do país.
A partir de então, a música indiana separou-se em dois sistemas principais: o carnático no sul e o hindustani no norte.
O carnático é mais fiel às origens védicas, ao passo que o hindustani apresenta uma mescla das culturas indiana, persa e mongol.
A música carnática é mais sóbria e rígida enquanto a do norte é flexível, permitindo improvisos. O sul conservou as 72 escalas da antiguidade, denominadas melas.
O músico carnático toca melodias pré-fixadas. Já o hindustani improvisa sobre escalas milenares.
A oitava é dividida em 28 partes no sul e em 22 no norte. Esses intervalos mínimos de som são denominados shrutis.
No início do século, musicólogos de todo o país debateram a questão dos intervalos. Em meio à grande polêmica, o renomado músico Inayat Khan proclamou solenemente: ``Música é como água, as divisões são infinitas!"

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