São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995
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Grupos querem leis de proteção

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O grupo da saúde trabalha pela definição de uma fonte de custeio específica para o setor.
Ele conta com cerca de 80 parlamentares, mas está subdividido. O grupo privado defende os interesses de hospitais.
Quer a atualização das taxas de serviços hospitalares e o pagamento dos atrasados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O grupo ligado à saúde pública busca mais verbas para o setor.
O maior grupo, ligado ao setor calçadista, é talvez o que mais avançou nas negociações com o governo. Mais de 100 parlamentares de 9 Estados já participaram de reuniões para buscar soluções para o setor.
O governo já elevou de 20% para 63% as alíquotas de importação para o setor, além de determinar a criação de uma linha de crédito de R$ 500 milhões pelo BNDES para a sua reestruturação.
O deputado Júlio Redecker (PPR-RS), um dos coordenadores da frente calçadista, afirma que só essas medidas não serão suficientes para eliminar a crise do setor, que já tem 20 mil desempregados.
O grupo do vestuário fez uma primeira reunião, com 43 deputados e 1 senador.
O deputado José Machado (PT-SP) diz que o setor exige medidas emergenciais do governo para enfrentar a concorrência com os produtos asiáticos.
Esses países estariam praticando dumping (oferecendo preços abaixo do custo de produção) e entregando produtos com prazo de 180 dias para pagamento. As exportações do Brasil caíram de US$ 2 bilhões em 93 para US$ 1,6 bilhão em 94.
O setor quer estabelecer cotas de importação (a média dos últimos três anos) ou elevação de alíquotas a partir de determinado volume de importação.
O grupo da cerâmica é forte em Santa Catarina e tem o apoio de parlamentares de São Paulo e Paraná. Eles afirmam que o produto chinês está chegando a preços muito reduzidos.
O deputado Luiz Henrique (PMDB-SC) afirma que os chineses oferecem preços melhores porque contam com mão-de-obra barata, além de insumos, matéria-prima e energia subsidiados.
O Fórum de Santa Catarina, formado por parlamentares e articulado com empresários do Estado, trabalha pela imposição de alíquotas mais elevadas e cotas de importação para este produtos.
Pelo menos 12 deputados são proprietários de usina de cana, segundo afirma o coordenador da Frente Agrícola, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP). Outros 30 estariam ligados indiretamente ao setor.

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