São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995
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o poder do sexo

PATRICIA CARTA

E as modelos, quais as melhores?
Além das tops, gosto do frescor da Shalom (Harlow). E de Isabella Rosselini, porque tem personalidade. Adoro a Betty (Prado), que é uma pessoa, não liga só para sua beleza.
E sobre o boom das tops, agora vistas como superstars?
No momento, beleza é o que todo mundo quer. Você vê pela febre das cirurgias plásticas. É normal que as modelos, consideradas deusas, correspondam às estrelas dos 50.
Vocês usaram pessoas que não eram modelos no último desfile.
Isabella Rosselini apareceu dançando com um homem que é um açogueiro. Atrás deles, a mulher que aparece se fazendo de ciumenta também não é modelo.
O que você veste?
Uso o que gosto, depende do humor. Não quero ser um anúncio da minha grife. Não é de bom tom.
O que achou do filme "Prêt-à-Porter?
A idéia foi perfeita, mas Altman, que é um grande diretor, não foi fundo o suficiente neste filme. Poderia ter sido mais divertido. Talvez ele não conheça o mundo da moda.
O que, por exemplo, ele perdeu?
A disputa de força entre editoras e fotógrafos não é como ele mostrou. É money power, não sex power.
Quais as revistas que, na sua opinião, trazem algo de novo?
As inglesas "The Face, "ID e, claro, as "Vogue são sempre boas.
Qual é a história das marcas?
A Blumarine tem 15 anos, é uma linha mais jovem. Anna Molinari, mais cara, é mais construída. Minha mãe é estilista da Blumarine, a chave do sucesso. É uma mulher especial, extraordinária. Eu a ajudo no estilo e brigamos muito.
Quem decide as campanhas?
Minha mãe. Escolhemos o fotógrafo e eu acompanho o trabalho, com total liberdade de decisão.
Vocês estão nos desfiles de Milão desde 85. O que mudou de lá para cá?
Todo mundo está mais profissional, mais consciente. A Itália sempre foi muito criativa, mas agora está mais organizada. Não é mais uma brincadeira, agora é trabalho. Um nasce, outro morre, assim é a moda.

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