São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 1995
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A boa surpresa espanhola

CIDA SANTOS

Entre as 12 seleções da Liga Mundial, a Espanha já garantiu um título: o do time mais surpreendente da temporada. Sem tradição no vôlei, os espanhóis chegaram a desafiar a lógica ao vencerem favoritos como Brasil, EUA e Cuba. Mais do que isso: mostraram ao mundo um atacante dez, Rafael Pascual. Ele é dono do melhor escore da Liga: média de 14 pontos por jogo -quase um set.
No confronto das seleções, nenhuma fez até agora uma campanha tão perfeita quanto a da Rússia. Dez jogos, novo vitórias. Está certo: os russos contam com algumas vantagens. Ficaram na chave mais fraca da Liga, com China, Coréia e Japão. Além disso, estão jogando com o time completo. Na equipe, o dono da bola é o atacante Fomin, com uma média de 11 pontos por jogo.
A Holanda vive situação inversa à da Rússia. Sem quatro titulares do time vice-campeão mundial em 94 (Zwerver, Blangé, Zoodsma e Posthuma) e em uma chave que tem Itália e Bulgária, acabou desclassificada. A equipe mais alta da Liga, com média de 2,00 m, não conseguiu manter a tradição de ser uma muralha. Entre os dez melhores bloqueadores, não há um holandês.
A Itália teve melhor sorte que a Holanda. A equipe garantiu vaga nas finais mesmo sem meio time. Pode fazer as contas. Seis jogadores ganharam folgas até o final da Liga: Zorzi, Bernardi, Cantagalli, Gardini, Tofoli e Bracci.
A ``azzurra" está guardando força máxima para o Campeonato Europeu. Dos 18 jogadores inscritos na Liga, apenas 4 têm convocação confirmada para permanecer no time: Giani, Gravina, Papi e Pasinato. Os outros 16 terão que brigar pelas duas vagas restantes.
Já o Brasil parece fazer o caminho inverso ao da temporada passada. Em 94, a equipe foi perfeita na fase de classificação: 12 jogos, 12 vitórias. Os problemas começaram na etapa final, quando perder significa ser eliminado. Desta vez, as contusões e derrotas apareceram no início do caminho, numa fase onde ainda é possível perder, descobrir onde está o erro e acertar o time.
O técnico José Roberto tem falado sobre o sofrimento da seleção de carregar o estigma de campeã e a obrigação de vencer. No sábado, a equipe mostrou um pouco desse drama. Vencia os EUA por 14 a 3, no primeiro set. Foi então que o sofrimento começou. O time precisou rodar 18 vezes até se convencer que era possível marcar o último ponto.

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