São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 1995
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Corintianos apelam a 'contrabando'

WILSON BALDINI JR.; JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Com apoio logístico dos ``colorados", torcedores do Inter-RS, cerca de 15 mil corintianos partem hoje em direção a Porto Alegre, onde acontece amanhã a final da Copa do Brasil entre Corinthians e Grêmio.
A tradicional rivalidade entre as maiores equipes do Rio Grande do Sul será fundamental para os corintianos, já que a diretoria do Grêmio reservou apenas 3.500 ingressos para os paulistas.
Para suprir os mais de dez mil ingressos faltantes, torcidas organizadas do Inter passaram o dia de ontem tentando adquirir bilhetes.
Carlos Augusto Moysés, 40, presidente da organizada colorada Camisa 12, afirmou que já havia obtido cerca de 500 ingressos. ``O problema é que o Grêmio colocou tudo na mão de cambistas", disse.
Segundo Moysés, torcedores do Inter, ``disfarçados" de corintianos, devem engrossar a torcida paulista. ``Torcemos sempre contra o Grêmio. Se eles jogassem contra cachorros, iríamos latir das arquibancadas", justificou.
Paulo Eduardo Romano, o ``Jamelão", presidente da Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, desconhecia o apoio. ``Desde já, agradecemos", disse. ``Jamelão" enviou membros da organizada para comprar ingressos para seus 3.000 companheiros.
A grande arma da Gaviões serão apitos. ``Iremos assoprá-los sempre que o Grêmio estiver com a bola", declarou.
Jamelão disse que não espera violência no sul. ``Vamos apenas para torcer", disse. O gaúcho Moysés concorda.``A Brigada Militar (a PM gaúcha) tem um bom esquema. Não haverá violência".
O Corinthians viaja com cinco seguranças que irão vistoriar o estádio quatro horas antes do jogo.
``Não queremos ser surpreendidos como fomos na final do Brasileiro de 1976, contra o Inter, quando jogaram inseticida nos vestiários", disse José Mansur Farah, vice-presidente de futebol.

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