São Paulo, sábado, 24 de junho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Porta-voz diz que FHC não frita ministros; hospitais apóiam Jatene
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, por intermédio de seu porta-voz, Sérgio Amaral, que seu governo não adota o estilo de ``fritar" ministros.Referindo-se especificamente às declarações feitas ontem pelo ministro da Saúde, Adib Jatene, o porta-voz disse que ele é ``infritável porque a fritura não é o estilo do governo FHC". Adib Jatene disse anteontem ser ``infritável" e considerou ``falsos" os números de FHC sobre os repasses de recursos do Tesouro para a Saúde. O termo fritura designa o processo gradual de desgaste público de um membro do governo até a sua demissão. FHC havia afirmado que o repasse mensal à Saúde corresponderia hoje a R$ 600 milhões e que era de R$ 350 milhões quando foi ministro da Fazenda no governo Itamar (maio de 93 a abril de 94). O porta-voz confirmou ontem os valores informados por FHC, dizendo basear-se em dados do Tesouro Nacional. Segundo ele, o repasse mensal médio foi de R$ 350 milhões em 93 e 94. Hospitais O presidente da Federação Brasileira de Hospitais, José Mansur, vai se encontrar com Adib Jatene na próxima semana -a data não está marcada- para formalizar o apoio do setor à defesa do ministro por mais recursos para a saúde. Ele disse que o governo precisa definir novas fontes de recursos para a área da saúde, para que o setor não fique apenas com ``sobras" do Orçamento da União. A Confederação das Misericórdias (que representa as Santas Casas do Brasil) reuniu seus diretores ontem para avaliar a proposta de criação do CMF (Contribuição sobre Movimentação Financeira) e concluiu que os deputados a favor da medida terão dificuldades para aprová-la no Congresso. Porto Alegre A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS), apontada como ``modelo" por Jatene, acumula um déficit de R$ 3,2 milhões nos últimos oito meses. A diretoria do hospital -a mais antiga instituição do Estado, com 192 anos- decidiu contrair um empréstimo de R$ 3,5 milhões para cobrir as despesas. O custo de manutenção da Santa Casa, um complexo que reúne seis hospitais, é de R$ 6,5 milhões mensais. A receita obtida com os serviços prestados, 80% deles ligados ao SUS (Sistema Único de Saúde), é de R$ 6,1 milhões. O governo ainda não repassou R$ 6,5 milhões referentes a serviços de ambulatório e internações feitas em abril e maio. Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre Texto Anterior: FHC discute projetos sociais com ministros Próximo Texto: Sarney marca última votação para o dia 28 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |