São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Clássico dos bons tempos agita Ribeirão

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Foi uma rodada de fogo, e só quem não se queimou foi a Lusa, que meteu 3 a 0 com facilidade no União e disparou na ponta do seu grupo.
Já em Ribeirão, estádio lotado, colorido, campo liso, convidativo para o bom futebol, Corinthians e Santos fizeram um clássico como nos bons tempos.
Logo de saída, explorando o lado desprotegido de Piá, o Marcelinho partiu pra cima, pênalti, gol. Ali seria, claro, o caminho da roça no dia seguinte aos festejos de São João. Mas, se o Santos era confuso lá atrás, aqui na frente era um azougue. Resultado: Macedo, 1 a 1.
Mas o jogo era lá e cá. Mais lá, durante o primeiro tempo. Por isso, Viola tratou de desempatar.
No segundo, logo de cara, Giovanni empata, de cabeça. Mas, na verdade, a cabeça de Giovanni já vinha funcionando no melhor sentido muito antes, quando parecia que seu time sofreria nova humilhação. Pôs a bola no chão, deu dois, três dribles desmoralizantes e ergueu a fronte do Santos, que terminou de igual para igual com o Corinthians. Justíssimo.

Rodei, pacientemente, quadro a quadro, no meu cassete, os lances dos dois gols da eletrizante virada palmeirense sobre o Guarani, sábado. Nada a reclamar: o juiz acertou ao marcar pênalti de Dedé em Antônio Carlos, assim como em validar o gol de Alex Alves.
Ficamos, pois, com a possibilidade de o lateral marcado a favor do Palmeiras e que antecedeu à jogada do segundo gol tenha sido equivocadamente invertido pelo juiz. Teria sido do Guarani e não do Palmeiras. Confesso que exatamente esse lance não pude fixar no cassete, já que dava um zap em direção a Mogi. Mas admitamos que realmente seria lateral a favor do Guarani. Neste caso, tudo se resume numa inversão de lateral, a mais prosaica e inócua infração de quantas podem ser captadas num jogo de futebol, que, por sinal, só em casos extremos escapa da esfera de ação do bandeirinha para ser assumida pelo juiz.
É pouco, quase nada, nada mesmo, para justificar tamanha bulha criada pelos bugrinos.
A verdade é que o Guarani jogou melhor no primeiro tempo, embora o maior número de chances de gol tenha sido do Palmeiras: só para ficar com duas, a penetração de Muller e a bola na trave de Nílson.
No segundo, quase no desespero, o Palmeiras atirou-se sobre o adversário, e, mais na emoção do que na técnica, arrancou a vitória que reequilibrou a disputa no seu grupo.
Isso porque o São Paulo -este sim- escapou de uma derrota em Mogi, revertendo-a em vitória, posto que, lá, com exceção dos 15 minutos finais de jogo, o Mogi Mirim foi sempre mais time. Marcou melhor, criou mais oportunidades e acabou sendo vitimado por duas jogadas das únicas três do tricolor ao longo de toda a partida.
A verdade é que até agora Telê não conseguiu montar um time convincente. Mais que isso: o São Paulo parece ter implodido. Qualquer formação de meio-campo e ataque de que dispõe o treinador (e ele já tentou todas), teoricamente, deveria dar certo. Pois não dá. A impressão é a de que simplesmente quebrou-se o encanto.

Texto Anterior: Silvinho joga mal e acaba expulso
Próximo Texto: Técnico do Corintians comemora empate
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.