São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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FHC quer votar hoje taxa de 12% ao ano

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso quer votar hoje o projeto que tabela os juros em 12% ao ano. Ele afirmará aos líderes governistas que quer terminar com a polêmica sobre o projeto, colocando o tema em votação hoje.
O vice-líder do governo na Câmara, deputado Jackson Pereira (PSDB-CE), disse ontem que o Planalto avalia que adiar a votação dos juros para agosto só traria intranquilidade ao mercado financeiro -com repercussões negativas.
Segundo ele, o pedido do presidente deve reverter a posição dos líderes que ainda preferem adiar a votação para o segundo semestre. ``Já vi muitos líderes mudarem de idéia quando o presidente diz pede que votem", disse ontem Pereira.
O deputado Benito Gama (PFL-BA), também vice-líder do governo, adiciona mais um argumento para votar o projeto hoje.
Os parlamentares seriam pressionados por seus eleitores durante o recesso de julho e voltariam para o trabalho em agosto mais ``contaminados" -em outras palavras, a dissidência poderia aumentar.
Reunião
FHC se reúne hoje às 10h com os líderes da base governista (PSDB, PFL, PMDB, PTB, PPR, PP e PL). A votação do requerimento que pede urgência para a apreciação do projeto dos juros está marcada para as 16h.
A oposição precisará de 257 votos para aprovar o requerimento. Caso seja aprovado, caberá ao presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), decidir quando coloca o mérito do projeto dos juros em votação.
A derrota do requerimento de urgência é considerado vital pelos governistas. A vitória da oposição mostraria fraqueza e colocaria o mercado financeiro em ebulição.
Por isso, os governistas permanecem com o requerimento que adia a votação para agosto. Caso percebam que há possibilidade de derrota, apresentarão o documento à presidência da Câmara.
Lei dos Partidos
Luís Eduardo ameaça colocar em votação também hoje a Lei dos Partidos Políticos, que amedronta os pequenos partidos.
Caso a lei seja aprovada, eles tendem a desaparecer. O presidente da Câmara pode não colocá-la em pauta se houver acordo para derrubar a urgência.

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