São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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Senado aprova em 1º turno emenda que acaba com o monopólio estatal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem, em primeiro turno, a primeira emenda da reforma constitucional proposta pelo governo.
O fim do monopólio dos Estados na distribuição do gás canalizado teve o apoio de 60 senadores. Oito foram contrários à proposta. Houve uma abstenção.
O governo conseguiu 11 votos além do necessário (49). Votaram contra o PT, o PSB e o PDT, com exceção de Ernandes Amorim (PDT-RO), que votou a favor.
Josaphat Marinho (PFL-BA) se absteve. O texto, já aprovado pela Câmara, não foi modificado.
A oposição tentou adiar a votação com uma manobra do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Ele buscava 27 assinaturas necessárias para apresentar uma proposta que modificava o texto do governo.
Suplicy queria acrescentar a criação de conselhos nacional e estaduais para fiscalizar as tarifas e os serviços que serão privatizados.
Com as 27 assinaturas, a proposta faria a emenda voltar à Comissão de Constituição e Justiça.
Seriam necessários mais 30 dias para emitir um parecer sobre a alteração sugerida. A intervenção do líder do governo, Élcio Álvares (ES), frustrou a manobra petista.
Ele pediu aos colegas que retirassem as assinaturas. ``Acho que agora acabou o estoque dele (Suplicy). É uma coisa de louco", disse, ao conseguir que mais dois senadores retirassem a adesão.
Amorim
O senador Ernandes Amorim, que votou contra a orientação do PDT, disse que, ``na realidade, o país está todo de cabeça para baixo".
``O Brizola (Leonel, presidente do partido) disse que está na hora de pegar em armas, eu penso que está na hora de dar apoio ao governo. Votar contra é bobagem", afirmou.
Na Câmara, o PDT perdeu sete deputados que ficaram a favor do governo nas votações da reforma. Amorim afirmou que não teme ser expulso de seu partido.
Amorim disse que não definiu todos os seus votos, mas adiantou que também é contra outros pontos de vista do PDT.

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