São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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Banco Central segura cotações do dólar

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As Bolsas de Valores estão na expectativa da desindexação (retirada da correção automática dos contratos) da economia e da votação no Congresso dos juros reais (acima da inflação) de 12% ao ano.
O mercado acionário opera em compasso de espera. A Bolsa paulista movimentou ontem R$ 144,75 milhões, o menor volume desde 10 de abril passado.
A definição das regras para o câmbio desestimulou os negócios com ouro. Ontem, a Bolsa de Mercadorias & Futuros movimentou 49 quilos, o menor volume desde 30 de março de 1987 (43,75 quilos).
O dólar abriu em alta, sendo que os primeiros negócios foram realizados a R$ 0,921. O BC (Banco Central) realizou três leilões com cotações de R$ 0,918 para compra e R$ 0,920 para venda, acalmando o mercado.
A entrada de novos recursos no país em busca dos juros altos provocou uma tendência de baixa nas cotações do dólar. O dólar comercial chegou a cair até R$ 0,916, contra R$ 0,920 no fechamento da última sexta-feira. O mercado acabou fechando a R$ 0,917 para compra e R$ 0,918 para venda.
No mercado futuro de juros, a rentabilidade para agosto caiu de 3,74% para 3,73%. Para este mês, a projeção dos juros permanece em 4,05%.
O mercado aguarda queda gradual nos juros, por causa da expectativa de desindexação e desaquecimento (redução no ritmo de atividades) da economia.
Roberto Barreto Filho, vice-presidente do Banco Econômico, diz que é reduzida a procura por empréstimos. Os juros altos esfriam a procura por crédito. Segundo ele, ``o sistema financeiro procura agora é negociar as dívidas pendentes".

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,148%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,66% para dias úteis, projetando rendimento de 4,04% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,69% ao mês, com rendimento de 4,06% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,2841%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 38% e 64,10% ao ano. CDBs pós-fixados para 122 dias entre 13,3% e 13,7% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,56% ao mês, projetando rentabilidade de 4,71% no mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 74% e 137% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 5,75% ao ano

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: queda de 1,35%, fechando com 35.370 pontos e volume financeiro de R$ 144,75 milhões. Rio: baixa de 1,20%, encerrando a 16.513 pontos e movimentando R$ 14,45 milhões.
Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou a 4.551,25 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou com 2.490,50 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 15.145,36 pontos ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,917 (compra) e R$ 0,918 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,918 (compra) e por R$ 0,920 (venda). ``Black": R$ 0,915 (compra) e R$ 0,925 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,922 (compra) e R$ 0,926 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,910 (compra) e R$ 0,935 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,35%, fechando a R$ 11,47 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 23 de junho foi positivo em US$ 66,52 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 563,41 milhões. O saldo total está positivo em US$ 629,93 milhões.
No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5839 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3930 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 84,22 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 390,70.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou a 4,05% no mês e para julho a 3,98% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para agosto ficou a 37.200 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para junho fechou a R$ 0,924 e a R$ 0,948 para julho.

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