São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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Tande vira 'maestro' do vôlei

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Tande, 25, assumiu o cargo de ``maestro" da seleção brasileira masculina de vôlei.
No último sábado, o jogador, um dos mais populares da seleção, conseguiu reger um coro de 20 mil torcedores no ginásio do Maracanãzinho, no Rio, contra os cubanos.
Na quadra, atacou, passou, bloqueou, defendeu e recebeu. De suas mãos, saíram algumas cortadas mortais, que anularam Joel Despaigne e companhia na dura vitória por 3 sets a 2.
Ao final da partida, com o time já classificado para as finais da Liga Mundial de 95, Tande atirou tênis, joelheiras, meias, boné e tudo o que tinha direito para a torcida.
Em seguida, liderou seus companheiros na comemoração da vitória, feita na quadra adversária.
A um sinal do jogador, todos se atiraram ao chão e fizeram um ``peixinho" (lance de defesa comum no vôlei, em que o atleta se atira ao chão de barriga para tentar defender a bola).
Ontem, um pouco abatido pela derrota do Flamengo para o Fluminense no clássico que definiu o título carioca de futebol, o rubro-negro Tande falou à Folha, por telefone, de sua casa no Rio. A seguir, os principais trechos da conversa.

Folha - Nos últimos jogos da seleção brasileira você tem sido responsável por algumas viradas importantes, como na partida contra os cubanos. Voltou a alegria de jogar?
Tande - (rindo) Desde 1990 que eu faço isso. Mas acho que agora, por termos enfrentado uma situação difícil na Liga, acabei tendo um motivo a mais.
Porém, faço tudo com naturalidade. Quando dou por mim, já estou levantando os braços e agitando a galera.
Folha - Como você disse, a seleção já viveu neste ano momentos difíceis. Com a classificação garantida para a fase final da Liga, o time vai estar mais tranquilo para enfrentar adversários como a Bulgária, Rússia, Itália e Coréia?
Tande - São todos times com muita tradição no vôlei mundial. Pelo retrospecto, acho que teremos partidas mais duras contra a Itália e a Rússia. O que precisa ficar claro é que agora estamos de volta ao marco zero.
Folha - Você tem sido um dos jogadores mais exigidos pelo técnico José Roberto Guimarães. Atuou nas 12 partidas da seleção pela fase classificatória e só foi poupado no último domingo. O desgaste físico não preocupa?
Tande - É uma questão muito importante. Realmente, tenho sentido um pouco o joelho e, sempre que posso, procuro dar um tempo. Não apenas eu, mas todos os jogadores que atuam no time titular.
Não se pode, porém, parar de treinar. Os jogos exigem demais da gente.
Folha - A Confederação Brasileira de Vôlei e o Banco do Brasil deram prazo até a próxima quarta-feira para que o Flamengo e a Petrobrás fechem um contrato para disputar a Superliga Nacional 95/96. Se isso não acontecer, você estaria fora do time, indo para uma equipe de outro Estado. Qual é esse time?
Tande - Tudo que posso dizer é que estou tendo os meus contatos. Se não for o Flamengo, vai ser outra equipe (Tande não quis confirmar, mas o jogador teria recebido proposta para defender o Chapecó-SC).
Folha - Você é um dos jogadores mais assediados da seleção brasileira e assumiu publicamente seu noivado. E o casamento, ficou para quando?
Tande - Tanto eu quanto a Patrícia ainda não decidimos. Mas acho que uma boa época seria depois da Olimpíada de Atlanta, no ano que vem.

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