São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 1995
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Deputados pressionam Câmara por reajuste

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um movimento de deputados na Câmara reivindica reajuste salarial e mais verba para os gabinetes.
Cerca de 350 deputados fizeram um abaixo-assinado que será entregue hoje à Mesa Diretora pedindo a reestruturação dos gabinetes.
O primeiro secretário da Mesa, Wilson Campos (PSDB-PE), disse ontem que pretendia fazer em julho o repasse do índice de inflação acumulada com o Plano Real (36,9%).
``O problema é que já tivemos 25% em fevereiro. A diferença seria de 11%. Isso não resolve nada. Temos que achar outra saída", disse Campos.
O deputado disse que os 36,9% poderão ser aplicados somente se essa medida for adotada pelo Supremo Tribunal Federal.
``Vamos esperar a aplicação pelo Supremo. Se eles derem, também podemos dar", disse.
O salário dos deputados e senadores foi fixado em janeiro deste ano em R$ 8.000. Pela proposta de Campos, o salário subiria para R$ 11,2 mil.
``Todo estômago do brasileiro é igual, dos trabalhadores e dos deputados. A Mesa precisa encontrar um caminho que tire os parlamentares dessa dificuldade", disse Campos.
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), descartou o aumento salarial dos deputados.
``As informações que tenho não demonstram que a maioria dos deputados esteja com dívidas no banco", afirmou.
Além de defender o reajuste, Campos quer modificar o pagamento dos parlamentares.
Cada uma das cinco sessões semanais da Câmara valeria R$ 1.000. A fórmula poderia aumentar o salário do deputado para R$ 20 mil mensais.
Campos afirmou que a verba atual de R$ 10 mil para a manutenção dos gabinetes é insuficiente. Com o dinheiro, o deputado paga os 16 assessores que tem direito de contratar.
``O deputado não consegue pessoal qualificado para trabalhar com salários de R$ 500", disse Campos.
Segundo o primeiro secretário, o deputado tem despesas com o gabinete em Brasília, com o escritório no Estado e ainda com viagens para visitar suas bases eleitorais. Para Campos, o modelo ideal é o do Congresso dos EUA.
Segundo ele, o parlamentar norte-americano recebe o equivalente a R$ 15 mil por mês e mais cerca de R$ 100 mil para suas despesas. ``O deputado nos Estados Unidos viaja, visita suas bases e depois apresenta as notas fiscais das despesas", afirmou Campos.

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