São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Comissão aprova proibição de nudez e sexo

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou ontem projeto de lei que proíbe as emissoras de televisão de exibir cenas de nudez ``indecorosas" e de ``sexo explícito" em qualquer horário, exceto na TV a cabo.
O texto original do deputado evangélico Salatiel Carvalho (PP-PE), membro da Igreja Assembléia de Deus, previa a proibição de qualquer nudez.
O abrandamento, com a inclusão da palavra ``indecorosa" e a exceção às TVs a cabo, foi idéia de outro evangélico, o deputado e pastor Elias Abrahão (PMDB-PR).
``Tentou-se fazer um acordo de cavalheiros no Ministério da Justiça, mas as emissoras não cumprem", diz Carvalho.
O presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Joaquim Mendonça, disse que ``ninguém cumpre muito o acordo porque o que dá mais audiência é isso mesmo".
Ele defende a existência de uma lei classificatória, que determine os horários para cada tipo de programa. ``Proibir tudo é loucura."
Mendonça duvida que o projeto seja aprovado -ainda tem que passar pelas comissões de Comunicações e Constituição e Justiça.
Salatiel Carvalho acha que a Comissão de Comunicações é a etapa mais difícil, porque ``o lobby das emissoras é grande."
Mendonça não nega que a entidade faça lobby, mas discorda da palavra ``grande": ``Temos apenas um assessor parlamentar".
Votos contrários
Os únicos votos contrários ao projeto na Comissão de Educação foram do deputado Sílvio Torres (PSDB-SP) e da deputada Esther Grossi (PT-RS).
Esther acha que as cenas de nudez na TV não são prejudiciais porque a ``a vivência é que é o componenete mais forte no despertar da sexualidade das crianças".
Ela acha que é muito difícil determinar o que é ou não nudez indecorosa, e que por isso ``vai se partir para a censura".
Para os evangélicos, uma nudez não-indecorosa é a exibição de seios na campanha de prevenção ao câncer de mama.

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