São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 1995 |
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Anistia acusa China de maltratar mulheres
JAIME SPITZCOVSKY
O desafio veio da Anistia Internacional, entidade pró-direitos humanos com sede em Londres. O relatório divulgado ontem busca aquecer o debate para a Conferência Internacional da Mulher, que vai acontecer em Pequim, no mês de setembro. Vai ser o maior evento internacional já organizado na China. Além da conferência, que reúne delegações oficiais, vai ocorrer um encontro de organizações não-governamentais, também para discutir a situação da mulher no mundo. Estima-se que cerca de 40 mil pessoas vão a Pequim para participar desses dois eventos. O relatório da Anistia Internacional lista violações dos direitos humanos, como abortos, impostos pelo governo para implementar o programa de controle de natalidade conhecido como ``um casal, um filho". Chinesas são obrigadas a se submeter à esterilização. A Anistia alerta para a volta da ``venda" de mulheres e meninas, proibida pelos comunistas desde que chegaram ao poder, em 1949. A prática se verifica agora no interior da China. Os compradores buscam mulheres para casar ou explorar como prostitutas. A organização também menciona tortura e abusos sexuais nas prisões chinesas. Ela diz que o governo chinês já reconheceu o problema da tortura em prisões, mas argumenta que não fez o suficiente para resolvê-lo. Mulheres que criticam o regime também são presas. A Anistia Internacional diz desconhecer o número de mulheres presas na China por motivos políticos. Entre os casos do relatório, está o da professora universitária Ding Zilin. Seu filho foi morto na repressão ao movimento pró-democracia de 4 de junho de 1989. Ding Zilin pede ao governo explicações sobre a repressão. Sua militância já lhe custou cortes no salário e perda de oportunidades na vida acadêmica. Ela vive vigiada pela polícia. Texto Anterior: Palestinos enfrentam soldados israelenses Próximo Texto: Escuta derruba ministros espanhóis Índice |
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