São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 1995
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Falta atrativos e asfalto na região

PAULO FERNANDO SILVESTRE JR.
DO ENVIADO ESPECIAL À BOLÍVIA

As cidades de Puerto Suárez e de Quijarro, próximas à fronteira brasileira, não oferecem muitos atrativos para o turista, além de suas poucas opções de compras.
As cidades juntas somam 11 mil habitantes e não têm ruas asfaltadas. Os principais pontos turísticos são a zona franca e uma feira de artesanato, além, é claro, do próprio pantanal.
O ``trem da morte", cuja linha começa no Estado de São Paulo e vai até a cidade de Santa Cruz de la Sierra, tem uma estação em Puerto Quijarro.
A feira de artesanato em Quijarro vende de tudo. Na realidade, o artesanato -representado basicamente por blusas e tapetes com motivos indígenas- é relegado ao segundo plano.
Ocupando um espaço muito maior, o visitante encontra produtos industrializados, que vão desde roupas até aparelhos de som e cosméticos.
O preço de praticamente tudo é sem dúvida uma atração. Mesmo no hotel cinco estrelas recém-inaugurado, um refrigerante, por exemplo, custa o mesmo que em qualquer bar em São Paulo.
Nos mercadinhos das cidades, os preços de alimentos são ainda menores. Tanto são que 60% de tudo que se vende em Puerto Quijarro é consumido por brasileiros de Corumbá (MS), que atravessam a fronteira apenas para fazer compras cotidianas.
As autoridades locais estão tentando mudar esse cenário de ``oeste selvagem" e incentivam o investimento de grupos privados na região.
Para isso foi criado um plano diretor. Nos últimos dois anos foram investidos US$ 30 milhões na região. Só no novo hotel foram gastos US$ 7 milhões.
O governo quer transformar a região em um ponto de escoamento da produção de grãos, aproveitando a capacidade de navegação do rio Paraguai.
Entre as poucas indústrias que começam a se instalar no local, há uma fábrica de cimento. Um dos sócios é o empresário brasileiro Antônio Ermírio de Morais.
Segundo Fernando Rao, presidente do comitê cívico de Puerto Suárez, qualquer pessoa com dinheiro e interesse em investir na região pode fazê-lo, seja de forma direta ou por meio da formação de joint ventures.
Entre os próximos investimentos já programados para a região está a construção de uma segunda zona franca, do mesmo grupo que é proprietário do hotel cinco estrelas.
(PFSJ)

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