São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995
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Parlamentares maquiam pedido de mais salário

DENISE MADUEÑO
RAQUEL ULHÔA

DENISE MADUEÑO; RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), recebeu ontem um abaixo-assinado elaborado por 375 deputados (do total de 513) pedindo ``reestruturação administrativa dos gabinetes".
Oficialmente, os deputados reivindicam melhores condições de trabalho. Na prática, a ``reestruturação" esconde um pedido de aumento de salário, causa considerada impopular.
Luís Eduardo cancelou a reunião da Mesa Diretora marcada para a manhã de ontem para evitar a pressão dos deputados. Deixou para agosto qualquer discussão sobre aumento de verbas para os gabinetes da Câmara
O primeiro-secretário, Wilson Campos (PSDB-PE), quer o repasse da inflação acumulada com o Plano Real (36,9%). O salário dos deputados e senadores é de R$ 8.000. Ganham ainda R$ 10 mil mensais para manter o gabinete.
O presidente do Senado e do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), continua resistindo às pressões por aumento salarial.
Na reunião da Mesa Diretora do Senado, ontem, rechaçou todas as propostas de mudança nas regras de remuneração do parlamentar.
Sarney disse aos colegas que as pesquisas de opinião mostram que o Congresso está recuperando a credibilidade perante a opinião pública e que a defesa de aumento salarial para os próprios parlamentares seria desgastante.
O segundo vice-presidente, Júlio Campos (PFL-MT), chegou à reunião pronto para apresentar por escrito sua proposta de trocar todas as cotas e benefícios aos quais o senador tem direito por uma verba de R$ 50 mil mensais. A Constituição permite que o salário tenha aumento a cada quatro anos.

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