São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Planalto mantém rotina na véspera da MP

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto viveu um dia tranquilo na véspera do anúncio da desindexação da economia.
O presidente Fernando Henrique Cardoso manteve a rotina de despachos internos e teve agenda esvaziada para fechar os últimos detalhes da MP (medida provisória) -mas não foi preciso.
FHC chegou quase às 11h no Planalto. Teve apenas reuniões com os chamados ``da casa": o ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil), o secretário-geral, Eduardo Jorge, e os chefes da Casa Militar, general Alberto Cardoso, e da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), Ronaldo Sardenberg.
FHC só abriu sua agenda de ontem para um encontro político, ao receber o governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB).
O presidente conversou à tarde com o ministro Pedro Malan (Fazenda), quando ele esteve acompanhando a visita de William McDonough, do Federal Reserve New York Bank.
O ministro José Serra (Planejamento) passou quase todo o dia de ontem trabalhando em casa. Ele só chegou ao seu gabinete pouco depois das 17h.
Segundo sua assessoria, ele fez vários telefonemas de sua casa, mas não recebeu ninguém para reuniões. Pela agenda original, Serra deveria ter chegado ao ministério às 15h, para receber vários parlamentares.
Paiva no Congresso
O ministro Paulo Paiva (Trabalho) aproveitou o dia de ontem para fazer seu primeiro despacho no Congresso. Após ficar dois meses sem receber deputados e senadores, por causa das discussões sobre a MP, ele recebeu 16 deputados e um senador para ouvir pedidos e receber elogios.
Somente os parlamentares da oposição perguntaram sobre a livre negociação dos salários. A deputada Marta Suplicy (PT-SP) pediu a criação de instrumentos para proteger os salários das categorias mais fracas.
O ministro disse que a experiência permite maior integração. ``Estou me sentindo como um deputado", brincou.
Malan
O ministro Pedro Malan (Fazenda) chegou ao ministério antes das 9h30. Pouco depois, recebeu o banqueiro William McDonough.
McDonough e três assessores almoçaram com o ministro. Malan aproveitou para dar uma visão geral da economia brasileira depois de um ano do Plano Real.
O ministro saiu às 15h30 para ir ao Palácio do Planalto, voltando quase duas horas depois. Estava sorridente e animado. Atendeu ao pedido de parar para fazer fotos.
Questionado se estava tudo bem com o Plano Real, Malan sorriu mais uma vez, fez sinal de positivo levantando o polegar direito e entrou no prédio apressado.
O resto da tarde, conforme sua assessoria de imprensa, foi utilizado para despachos internos. Na agenda, estava acertado para as 20h15 o encontro com líderes no Congresso e integrantes dos partidos que apóiam o governo.

Texto Anterior: Governo anuncia hoje duas novas aplicações financeiras
Próximo Texto: Ação popular pede fim da campanha do real
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.