São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995 |
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Diretora ensina prevenção após afastar aidético
ABNOR GONDIM
``Depois do caso, ela decidiu se dedicar à orientação de alunos e professores sobre a questão da Aids por entender que, como ela, outros professores e diretores desconhecem o assunto", disse o coordenador regional de Educação em Brasília, Marcos Oliveira. Oliveira disse que a saída da diretora havia sido acertada antes mesmo de o estudante começar a frequentar a escola, em maio. L. voltou a estudar, anteontem, depois que sua mãe adotiva, V.S., 32, comunicou o caso ao Programa Nacional de DST/Aids (Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids), do Ministério da Saúde. Segundo a mãe, a diretora disse que o menino deveria deixar a escola para receber um tratamento específico. A diretora confirmou à Folha que não sabia lidar com uma criança portadora do vírus. A diretora aceitou o retorno do garoto à escola depois de ter sido orientada por técnicos. Um dos boletins do DST/Aids sobre a presença de estudantes com Aids nas escolas informa que a doença não é transmitida no convívio social. A transmissão ocorre apenas por relações sexuais, transfusão de sangue, seringas contaminadas e durante a gravidez e no parto. Oliveira disse que os nomes do estudante e da mãe foram mantidos em sigilo para não ferir portaria dos ministérios da Educação e da Saúde que proíbe discriminação aos portadores da Aids. A portaria foi criada em 92, depois que Sheila Cortopassi de Oliveira, então com cinco anos, teve a matrícula rejeitada em uma escola particular de São Paulo. Os pais conseguiram na Justiça o direito de matriculá-la -apesar disso, a menina passou a estudar em outro colégio, que lhe oferecera vaga. Sheila morreu em 93. Texto Anterior: Corpo 'some' em depósitos e exige busca de 4 horas Próximo Texto: Acidente mata um e congestiona Dutra Índice |
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