São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995
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Polícia invade penitenciária de Tremembé

ISNAR TELES; RAIMUNDO DE OLIVEIRA
DA FOLHA VALE

Sessenta policiais do 3º Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo invadiram ontem a Penitenciária 1, de Tremembé (135 km a noroeste de SP), para controlar a rebelião de 680 presos.
O motim começou às 3h do último sábado, logo após a greve dos agentes penitenciários. Não houve reféns. A rebelião durou 132 horas e 45 minutos e foi a mais longa registrada no Estado.
O pelotão invadiu o presídio por volta das 15h45. Atiradores de elite ocuparam pontos estratégicos na prisão. Não houve confronto.
Os detentos rebelados foram isolados nos pavilhões 2 e 3, onde deverão permanecer por dois dias. O pavilhão 1 foi interditado pela direção do presídio para reformas.
Durante o período em que estiverem nos pavilhões, os presos não poderão tomar banho de sol e receber visitas.
A ação do pelotão de choque terminou as 17h45, quando os PMs deixaram o presídio.
Permaneceram no presídio apenas 60 policiais do batalhão da PM de Taubaté (134 km a noroeste de São Paulo), que estão lá desde o início da rebelião.
Uma vistoria para tentar apreender armas deverá acontecer hoje e será realizada pela PM de Taubaté.
Segundo o comandante do 3º Pelotão de Choque, coronel José Carlos Bononi, 47, não houve resistência por parte dos detentos durante a invasão da penitenciária.
``Foi negociado com os presos para que eles entrassem nos pavilhões, onde seriam trancados até que as celas fossem recuperadas."
As negociações foram feitas pelo secretário-adjunto de Administração Penitenciária do Estado, Antonio Ferreira Pinto, e pelo coordenador da Coespe (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penais do Estado), Lourival Gomes.
Bononi comandou a vistoria da PM no presídio. O objetivo era localizar explosivos ou túneis que seriam usados em possíveis fugas.
``A situação estava sob completo domínio. Não houve necessidade de uso de força", disse Bononi.
Os agentes penitenciários não entraram ontem, mas decidiram participar da revista hoje. Eles disseram que só voltam ao trabalho quando as celas tiverem trancas.

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