São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995 |
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Pará prepara santuário ecológico
LUCIANA MIRANDA COSTA
Até o final de julho, o projeto será analisado pelo governador Almir Gabriel (PSDB). Se for aprovado, um decreto determinará a criação do santuário. O objetivo dos pesquisadores -que pertencem ao museu Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará e Secretaria Estadual do Meio Ambiente- é garantir o pouso e a sobrevivência de pássaros costeiros e migratórios na ilha. A transformação em santuário ecológico significa que ficam proibidas, em caráter permanente, a caça -de modo que as aves raras sejam preservadas- e a extração de recursos naturais da ilha. ``Como santuário ecológico, ninguém vai poder retirar madeira ou matar os pássaros", declarou Inocêncio Gorayeb, 43, diretor de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Meio Ambiente. A principal ave cuja preservação os pesquisadores pretendem garantir é o guará vermelho. Na semana passada, Gorayeb coordenou uma expedição de pesquisa à ilha, onde -segundo sua estimativa- existem 10 mil exemplares da ave, considerada em risco de extinção. O guará vermelho se alimenta no continente, mas usa a ilha como ninhal e dormitório. Gorayeb diz acreditar que, se não forem tomadas medidas urgentes, a ave pode desaparecer em poucos anos da costa paraense. ``Os pescadores que frequentam a ilha caçam os filhotes para se alimentar e para vendê-los como pássaros domésticos", afirmou. Além do guará vermelho, as espécies de pássaros mais numerosas na ilha são a garça grande, a garça branca e o taiquiri. A grande concentração de pássaros é explicada, segundo Gorayeb, pela existência de caranguejos e camarões, que são a principal fonte de alimentação dos pássaros. Se o projeto for aprovado, os pesquisadores pretendem criar um posto de fiscalização na ilha e um programa de educação ambiental para moradores e pescadores. Eles vão reivindicar recursos ao Fundo Nacional de Meio Ambiente, ao Ministério do Meio Ambiente e ao Programa-Piloto para Proteção de Florestas Tropicais, criado pelos sete países mais ricos para a preservação ambiental em países do Terceiro Mundo. Os estudos preliminares prevêem a construção de um laboratório e de dormitórios próximos ao ninhal e financiamento para projetos de pesquisa. Numa etapa posterior, seria criado um programa de turismo ecológico. A colunista Barbara Gancia, que escreve neste espaço às quartas e sextas, está de férias. Texto Anterior: Carcereiro foi feito refém Próximo Texto: Ave está entre as mais bonitas Índice |
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