São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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Preço em Nova York é o menor em 12 meses

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

Os preços do café na Bolsa de Mercadorias de Nova York são os menores em 12 meses.
A cotação fechou o último dia de junho a 130,50 centavos de dólar por libra-peso, o que não ocorria desde junho de 94.
No mercado interno a média de preço paga ao produtor pela saca de 60 quilos é a menor do ano. Ontem, ficou em R$ 125,00, com queda de 15% sobre a média paga no final de janeiro.
A queda nos preços internacionais do café pode reduzir a capacidade de o país obter superávits na balança comercial. A afirmação é do presidente da Febec (Federação dos Exportadores Brasileiros de Café), Osvaldo Aranha Neto.
O café ainda é o principal produto na pauta de exportações agrícolas e representa quase 7% das exportações totais do país, afirma o presidente da Febec.
Aranha não vê explicação técnica para o recuo dos preços internacionais. ``O comprador está esticando a corda o máximo possível para comprar café o mais barato possível", diz.
Para o presidente do CNC (Conselho Nacional do Café), Gilson Ximenes, a produção brasileira de café neste ano é realmente baixa, ao contrário do que aposta o mercado internacional.
As estimativas do governo brasileiro indicam produção de 12 milhões a 13 milhões de sacas. Enquanto o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê 17,6 milhões de sacas para a safra do Brasil.
Mas os preços externos devem começar a subir em breve, prevê Ximenes. É que o governo liberou recentemente o montante de R$ 100 milhões para o financiamento ao produtor que quiser segurar as vendas até os preços melhorarem.
A média de produção por hectare na região sul de Minas Gerais está hoje em 12 sacas, contra a média histórica de 25 sacas. Isso já antecipa a escassez futura do produto, afirma o presidente do CNC.

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