São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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Delegação improvisa o alojamento no Uruguai

FERNANDO RODRIGUES e MÁRIO MAGALHÃES

FERNANDO RODRIGUES; MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADOS ESPECIAIS A RIVERA

A seleção brasileira de futebol se hospeda desde ontem em meio a um canteiro de obras na cidade gaúcha de Livramento, fronteira com a cidade uruguaia de Rivera.
O prédio novo do hotel onde a delegação ficará não está pronto. Cerca de 70 operários trabalhavam na obra ainda ontem, quando a seleção chegou à tarde.
A direção do hotel liberou 15 dos 45 apartamentos em construção para alojar a seleção.
A equipe está em Livramento porque, a partir da próxima sexta-feira, disputa no Uruguai a Copa América, mais importante torneio entre seleções do continente.
Os brasileiros terão problemas no hotel. Pelo menos até as 12h, o elevador não estava funcionando.
Era preciso subir para os apartamentos, do segundo ao quarto andares, por escada sem corrimão, numa operação perigosa.
A Confederação Brasileira de Futebol requisitou a garagem, no térreo, para os jogadores fazerem aquecimento e ginástica.
Enquanto a obra durar, será difícil. A futura garagem é depósito de material de construção.
No primeiro andar, há um salão, com espaço para refeições e mesas de jogos. Ontem de manhã, poeira típica de obra cobria tudo.
Na frente do hotel, pedreiros ainda rebocavam a fachada. Nada havia sido pintado.
Num esforço de emergência, a direção do hotel Jandaia acelerou a construção dos 15 quartos onde a delegação ficará, com duas pessoas em cada um.
O prédio está sendo construído desde janeiro. É um anexo ao edifício principal, onde há 140 apartamentos.
O hotel, onde o time poderá ficar até o dia 18 de julho, é mais um exemplo da improvisação que cerca a participação brasileira na Copa América.
O time treinará no estádio João Martins, do clube 14 de Julho de Livramento. O campo, esburacado e com pouca grama, pode causar contusões em jogadores, especialmente torções em tornozelos.
Segundo a CBF, não havia campo melhor. O diretor de Cultura, Turismo e Esportes da Intendência de Rivera, Andres Machado Arcaus, afirmou o contrário.
``Oferecemos campos melhores do lado do Uruguai, mas ninguém quis." Seu cargo equivale ao de secretário municipal de Esportes.
Livramento e Rivera são, na prática a mesma cidade. Há uma rua, ao lado do Parque Internacional, uma praça, que divide a cidade e os dois países.
Uma dificuldade para alguns atletas brasileiros será a adaptação ao frio. Ontem, a temperatura chegou a zero grau Celsius.
Devido ao vento, conhecido como ``Minuano", a sensação térmica às 8h, em alguns pontos de Livramento, era de sete graus abaixo de zero, segundo meteorologistas.

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