São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
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Reajuste só acontecerá em maio do próximo ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O salário mínimo só terá novo reajuste em maio de 1996. Até lá, o mínimo ficará congelado em R$ 100,00.
A cesta básica, cuja variação diária de preços é medida pelo Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) de São Paulo, registrou queda de 5,28% no primeiro ano do Real, completado no dia 1º de julho.
Essa retração é, porém, insuficiente para que o salário mínimo compre uma única cesta inteira. Na sexta-feira, faltariam R$ 0,78.
Pela Constituição, o valor do salário mínimo deveria ser compatível com os gastos de uma família de quatro pessoas (pai, mãe e dois filhos).
Pelos cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômico), o valor correto (constitucional) do mínimo deveria ser de R$ 783,00.
O governo enviará projeto de lei ao Congresso Nacional propondo uma nova estrutura de correção para o mínimo.
Durante a coletiva em que os ministros Pedro Malan (Fazenda), José Serra (Planejamento) e Paulo Paiva (Trabalho) anunciaram, sexta-feira, as medidas de desindexação da economia, Paiva explicou que o mínimo não é subordinado ao mecanismo de mercado e, consequentemente, subordinado ``aos mecanismos de livre negociação."
O ministro do Trabalho disse ainda que a política para o mínimo continuará mantendo a meta estabelecida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
O programa de governo prevê dobrar o valor do salário mínimo em quatro anos.
Serra completou, afirmando que ``ele (o salário mínimo) continuará sendo reajustado anualmente, com vistas à proteção e à defesa do seu poder aquisitivo. É um salário institucional."
O salário mínimo, lembrou Serra, é referência para toda a estrutura salarial e para as remunerações da Previdência Social.

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