São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
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Julho chega com vagas de guias de turismo

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Trabalho é o que não vai faltar para os guias de turismo nesta temporada de julho. Para Luiz Bondstein, 50, chefe de relações com o mercado da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), o setor nunca esteve tão aquecido.
A Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) endossa a tese. Segundo ela, o mercado registrou um aumento de 18% nas vendas nos últimos 12 meses.
Para os guias, os números favoráveis ao setor representam mais oportunidades de trabalho (veja algumas na reportagem ao lado).
Há no país 12.460 profissionais. A maioria absoluta (98%) trabalha como autônomo -ganha por viagem. Em geral, são as próprias agências que estipulam as diárias.
A variação de pagamento é grande. Em uma excursão nacional, por exemplo, o guia pode receber entre R$ 35 e R$ 80.
Na internacional chega a R$ 100. ``É uma área em franca ascensão", diz Hilário Pelizzer, 45, presidente da ANG (Associação Nacional de Guias de Turismo).
O guia internacional precisa ter fluência no idioma oficial do país onde vai trabalhar. Muitas operadoras de viagens também exigem que o profissional esteja familiarizado com as atrações turísticas.
O guia de turismo brasileiro tem basicamente quatro campos de atuação: nacional, internacional, especializado e regional.
``O guia regional trabalha sempre em um mesmo Estado", explica Ricardo Moreira da Silva, técnico para desenvolvimento profissional do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
O especializado é o guia que domina uma temática específica -como museus, por exemplo.
Segundo a ANG, a maioria dos profissionais está concentrada na área nacional. O restante se equilibra nos outros três setores.
Para se tornar guia, é preciso ter 18 anos e fazer um curso profissionalizante (veja endereços abaixo). Segundo a lei 8.623, que regulamenta a profissão, o mínimo exigido é de 400 horas de estudo.
Para exercer a profissão, é necessário ter um registro de guia de turismo na Embratur, fornecido após a conclusão do curso.
As habilitações desejáveis num bom profissional são conhecimentos básicos de história e geografia e de um ou mais idiomas estrangeiros.
``Português fluente, falado corretamente e sem tropeços, também é muito importante", afirma Moreira, do Senac.
No Brasil, existem cerca de 43 cursos para guias de turismo. Os melhores são os do Senac, Via Sistur/Pronto-Socorro do Turismo e Elam (Escola Luís Antonio Machado).
A duração dos cursos, geralmente, é de três meses e meio. Alguns incluem no currículo aulas práticas (viagens). O estágio não é obrigatório.
``Viajar é essencial. É a melhor oportunidade para o estudante mostrar o que aprendeu durante as aulas", afirma Pelizzer, da ANG.

PRINCIPAIS CURSOS EM SÃO PAULO
Senac: av. Francisco Matarazzo, 249, São Paulo, SP, CEP 05001-150, tel. (011) 263-2511; Via Sistur/Pronto-Socorro do Turismo: r. 7 de Abril, 264, 5º andar, São Paulo, SP, CEP 01043-000, tel. (011) 239-4433; Escola Luís Antonio Machado: av. Brig. Luís Antonio, 2.791, São Paulo, SP, CEP 01401-000, tel. (011) 885-3488.

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