São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
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Globo volta ao romantismo e à cidade na nova novela das seis

DA REDAÇÃO

Após o fracasso de ``Irmãos Coragem", a Globo volta a apostar em uma trama urbana para a faixa das 18h e põe no ar amanhã a novela ``História de Amor", de Manoel Carlos (``Felicidade", ``Baila Comigo", ``Sol de Verão").
Longe dos arroubos estéticos e do faroeste caboclo de sua antecessora, o novo folhetim será recheado de problemas cotidianos e terá como mote, claro, uma rocambolesca história de amor.
É na geometria desse tema central que a novela traz novidades: em vez do tradicional triângulo, o autor instituiu um ``quadrado amoroso".
O sedutor médico Carlos Alberto (José Mayer) passará os próximos seis meses sendo disputado pela mimada mulher, Paula (Carolina Ferraz), a antiga namorada Sheila (Lília Cabral) e a batalhadora mãe solteira Helena (Regina Duarte, que estréia em novelas das seis).
Em suas tramas paralelas, ``História de Amor" procura discutir questões tipicamente femininas.
A lista é extensa e contempla diferentes faixas etárias: a prematura e indesejada gravidez da filha de Helena, Joyce (Carla Marins); a outonal descoberta da sensualidade e o medo de envelhecer da mãe de Paula, Zuleika (Eva Wilma); um casamento sem amor mantido pela vendedora Marta (Bia Nunnes) em nome do bem-estar dos filhos.
Em meio a tanto dramalhão, porém, Manoel Carlos não se esquece do humor: logo nos primeiros capítulos, por exemplo, Helena interrompe uma discussão à mesa sobre as agruras da vida para oferecer arroz a Marta.
Há também tipos totalmente voltados para o lado cômico, como o casal paulistano Gomide e Maristela (Dênis Carvalho e Cristina Mullins) -sempre às turras com a ``falta de seriedade" do Rio (onde se passa a história).
E Rômulo (Cláudio Corrêa e Castro), o marido falido de Zuleika, cujos maiores interesses são charutos, paranormalidade e etimologia.
A exemplo de ``Irmãos Coragem", que a Globo mostrou pela primeira vez na década de 70 às 20h, ``História de Amor" também tinha vocação para novela das oito.
Quando Manoel Carlos escreveu a primeira versão da trama, há um ano e meio, a emissora ainda não sabia em que horário iria exibi-la.
A opção pela faixa das 18h obrigou o autor a modificar a versão original -seja porque tratava de temas mais compatíveis com o horário das 20h, seja porque o perfil de alguns personagens coincidiam com os de ``A Próxima Vítima", a atual novela das oito.
O quarentão Carlos Alberto, por exemplo, teria um caso com a adolescente Joyce, depois de romper com a mãe da garota. Não vai ter mais. O envolvimento foi considerado impróprio para as 18h.
O autor também mudou o nome do personagem vivido por José Mayer. Pretendia chamá-lo de Marcelo. Mas teve que ficar com Carlos Alberto porque Marcelo é o nome de um dos protagonistas de ``A Próxima Vítima".
O pai do médico deveria ter uma cantina, não um bar. Novamente a coincidência com a novela de Silvio de Abreu foi o motivo da troca.

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