São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil faz Mercedes modificar suspensões

GRACILIANO TONI
ENVIADO ESPECIAL À ALEMANHA

As fortes variações de temperatura e as irregularidades do piso das estradas brasileiras forçaram a Mercedes-Benz a alterar as suspensões de seus carros da nova série E, a intermediária da marca, lançada em junho.
Os problemas na suspensão dianteira do série E surgiram durante a fase de testes de resistência do carro no Brasil, entre 1º e 21 de dezembro do ano passado.
Segundo Wolfgang Herbert, chefe de desenvolvimento da Mercedes-Benz, o problema -ruídos- surgiu nos amortecedores.
Os seis carros de testes foram submetidos a temperaturas entre 5 centígrados -na serra que leva a Campos do Jordão- e 33 centígrados -na Rio-Santos e estradas menores no litoral paulista.
Ao todo, cada carro percorreu no Brasil entre 10 mil km e 12 mil km. Segundo Herbert, a região foi recomendada pela subsidiária brasileira à matriz alemã por causa das condições do piso.
Fortemente ondulado, com depressões e ressaltos, exige ao máximo as suspensões.
E os buracos?
Durante a avaliação dos carros, na Alemanha e na Áustria, entre 14 e 16 de junho, não foi possível saber se os testes no Brasil eliminaram os problemas da suspensão.
Nos 650 km em que rodou com os série E, Veículos passou por apenas um buraco na Alemanha. Na Áustria, havia pequenos trechos de piso ondulado, mas nada comparável às estradas brasileiras.
Para as condições européias, o carro tem comportamento exemplar. É macio o tempo todo, sem ser bobão em curvas e mudanças bruscas de trajetória.
Mesmo com os motores menores (o 200, de 2.000 centímetros cúbicos, com 136 cavalos-vapor, e o 230, de 2.300 cc e 150 cv), mantém sem dificuldade altas velocidades. Só não gosta de vento lateral forte.
Qualquer série E a gasolina supera 200 km/h. O problema é que, no caso dos carros 200 e 230, a aceleração não é muito forte. Mais exigidos, os motores de 2.000 cc e de 2.300 cc são barulhentos.
Os problemas somem no E 320 (motor de 3.200 cc). Com câmbio automático -quatro ou cinco velocidades-, o 320 é bem rápido.
Sobra espaço para motorista e passageiros. O porta-malas não é tão generoso. Na verdade, é pouco menor que o dos série E antigos.
Outro problema do carro, quando não equipado com bancos de regulagem elétrica, é o ajuste da reclinação do encosto. Há muito pouco espaço para a mão, o que dificulta acionar o comando.
Os carros chegam ao Brasil no final do ano. Devem vir o 230 e o 320, já lançados, e o 420, que será apresentado em setembro. Os preços não foram definidos.

O jornalista Graciliano Toni viajou à Alemanha a convite da Mercedes-Benz

Texto Anterior: BMW vai apresentar conversível nos EUA
Próximo Texto: País poderá montar série A
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.