São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995
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Lavrador foi 'morto' na listagem

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Itamaraty ``matou" o agricultor Nivaldo Vieira Nascimento, 34, na lista negra de casos de
violação de direitos humanos entregue ao Ministério da Justiça.
Na lista, ele é citado como morto em Conceição do Araguaia (sul do Pará), em 13 de agosto de 1992. Na realidade, nesse dia, ele escapou de dois tiros disparados por pistoleiros que o esperavam no quintal de sua casa.
A assessora Ana Maria Bierrenbach, do Departamento de Direitos Humanos do Itamaraty,
assumiu a culpa pelo erro. Avisada pela Folha, ela enviou um comunicado ao Ministério da
Justiça para corrigir a informação.
``Graças a Deus, ele amanheceu hoje ao meu lado e está bem vivo", disse à Folha, por telefone, a mulher do agricultor, Luiza Oliveira Gomes, 39.
Conceição do Araguaia, no sul do Pará, integra a chamada região do Bico do Papagaio, uma das áreas rurais mais violentas do país. Na época do atentado, ele era membro da CPT (Comissão Pastoral da Terra), entidade ligada à Igreja Católica.
Hoje, Nascimento é sócio do sindicato dos trabalhadores rurais do município. Dedica-se à
organização dos sem-terra e à luta contra o trabalho escravo.
``O erro foi nosso", disse Bierrenbach. Segundo ela, a ONU enviou a denúncia como se Nivaldo tivesse morrido no atentado.
(AG)

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