São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995 |
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Brahman aposta no mercado brasileiro
BRUNO BLECHER
A raça de corte, desenvolvida nos EUA a partir de 1850, é resultado do cruzamento de quatro zebuínos (guzerá, gir, krishna valley e nelore). ``O brahman tolera temperaturas altas, é resistente a insetos e doenças e tem bom potencial para transformar pasto em carne", diz Mike Partin, presidente da ABBA (associação norte-americana dos criadores da raça). Nos EUA, o brahman predomina nos pastos da região sul (Flórida, Louisiana e Texas), onde o clima é úmido e a temperatura no verão chega a ultrapassar a marca de 40 graus centígrados. ``Como estamos longe do Meio-Oeste, pólo da produção de milho e soja, desenvolvemos um animal para gramíneas", explica Partin, que cria Brahman em Kissimee, Flórida. Partin diz que a raça americana se adapta bem ao clima tropical e pode ajudar os pecuaristas brasileiros a produzir um animal mais precoce e pesado. O venezuelano Alfredo Muskus, proprietário do rancho Santa Elena em Madissonville (Texas), concorda com Partin. Muskus exporta desde 91 embriões e sêmen de brahman para Colômbia, Venezuela e Guatemala. ``Na Venezuela, o cruzamento entre brahman e nelore resultou num animal bem mais precoce, criado a pasto", diz o fazendeiro. Tradicionais criadores de nelore no Brasil, os pecuaristas José Rubens Carvalho (Rubiquinho) e Manoel Garcia Cid estão investindo alto na raça norte-americana. ``É ótima opção para cruzamento industrial", diz Rubiquinho, proprietário de fazendas em Goiás e no Texas. A receita de Rubiquinho é o tricross (cruzamento entre três raças), pouco utilizado no país. ``Vamos cruzar a vaca nelore com touro europeu. A fêmea obtida será cruzada com o brahman". Com o tricross, Rubiquinho espera obter animais a pasto que possam ser abatidos entre 24 e 26 meses, com cerca de 500 quilos. Ele comprou recentemente 19 animais do rancho V 8, em Hungerford, Texas. LEIA MAIS Sobre o brahman na pág. 6-3 Próximo Texto: Americano gosta de gordura Índice |
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