São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995
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Receita admite lista e nega liberação

DA SUCURSAL DO RIO

A assessoria da Receita Federal no Rio reconheceu que recebe e passa à alfândega do Galeão nomes de passageiros que devem ter tratamento ``diferenciado", mas negou que as bagagens dessas pessoas estejam livres de vistorias.
Segundo o assessor Henrique Galinkin, os pedidos vêm principalmente de ministérios, do Congresso e de empresários.
``Recebemos muitos pedidos, mas fazemos uma triagem", afirmou Galinkin.
O assessor disse que a orientação da Receita aos fiscais é para que o passageiro ``diferente" não fique muito tempo na fila e tenha ``prioridade" no desembaraço da bagagem.
``Isso não significa que a pessoa tenha facilidade em matéria de produtos ou que se livre de ter a bagagem aberta."
O superintendente da Receita, Seraphim Cipriano, citado no inquérito do Ministério Público Federal, não quis se pronunciar sobre o caso.
Galinkin disse que ``é praxe mundial" facilitar a passagem de autoridades nas alfândegas e que os fiscais da Receita no aeroporto têm orientação para priorizar também ao atendimento a idosos, menores e pessoas com problemas de saúde.

Grupo especial
Depois que foi descoberto o escândalo de propinas no aeroporto de Cumbica, a Receita Federal no Rio criou um grupo especial de 12 fiscais para fiscalizar o pagamento dos impostos de importação.
O grupo especial funciona como uma auditoria, que checa o imposto pago pelos importadores, o preço da mercadoria declarado pelo comprador e o preço dos fornecedores.
O superintendente Cipriano teve duas reuniões com fiscais do Galeão e determinou mais rigor na fiscalização.
É a segunda vez no ano que funcionários da 7ª Região da Receita, que engloba os escritórios do Rio e do Espírito Santo, são citados em inquéritos por suspeita de corrupção.
A primeira foi na investigação sobre a entrada de automóveis importados pelo porto de Tubarão (ES), quando o governo aumentou as alíquotas.
A inspetora do porto, Edna Monteiro, foi afastada. Vários funcionários estão respondendo a uma sindicância interna.

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