São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995
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Organizações criam grupos para apurar mortes na região de fronteira

MYRIAM VIOLETA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Organizações não-governamentais decidiram montar grupos para promover investigações paralelas às da polícia a fim de identificar os responsáveis por mortes nos 1.400 quilômetros de fronteira entre Brasil e Paraguai.
Documento comunicando o trabalho paralelo das ONGs foi encaminhado ontem à Justiça e ao governo do Estado.
Dentre outras ações previstas no documento, está a parceria com organizações civis internacionais, incluindo as do Paraguai.
Levantamento do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza mostra que nos últimos dois anos os jornais locais noticiaram desaparecimentos e mortes de 94 pessoas na região do cone sul do Estado. Pelo menos 30 corpos não foram identificados.
A maioria dos assassinatos, segundo as ONGs, é resultado da ação de grupos de extermínio e quadrilhas.
``A sociedade não pode mais conviver com isso", diz Ricardo Brandão, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil.
Segundo Pedro Kemp, presidente do centro Marçal de Souza, o medo é o principal obstáculo à apuração dos casos. A maioria dos inquéritos estão arquivados por falta de provas.
Famílias de mortos e desaparecidos na fronteira acusam o GOF (Grupo de Operações de Fronteira), da Polícia Civil, de participação nos crimes.
O comandante do GOF, Adib Massad, negou a acusação.

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