São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995 |
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Três morrem na 29ª chacina do ano em SP
ROGERIO WASSERMANN
Segundo a dona da casa, Noêmia Soares da Silva Santos, 47, que levou dois tiros, dois homens encapuzados arrombaram a porta e entraram atirando em seus dois irmãos e em seu sobrinho, que dormiam na sala. Os assassinos teriam dito que eram do Comando Vermelho, uma organização formada por traficantes do Rio de Janeiro. Os irmãos José Soares da Silva Filho, 26, e Severino Soares da Silva, 38, e o sobrinho Gilson Soares da Silva, 15, morreram no local. A mãe de Noêmia, Edith Pereira da Silva, 63, levou um tiro no abdômen e está internada em estado grave. A filha de Severino, J.S.S., 17, foi atingida por um tiro de raspão na perna e passa bem. Segundo a polícia, foram disparados mais de 30 tiros, de pistolas 380 e 765. Dois pentes carregados de balas foram deixados no local. Segundo Noêmia, os irmãos e os sobrinhos moravam no Rio de Janeiro e estavam em São Paulo havia menos de dois meses. Eles eram músicos e tocavam em bares. Há uma semana, José teria levado dois tiros na perna de dois moradores da região. Segundo Noêmia, eles teriam brigado porque José ``não gostava de bandidos". Ela negou que ele fosse um matador. J. também disse desconhecer os motivos do crime. ``Meu pai e meu tio não comentavam nada comigo", disse. Ela se escondeu embaixo de uma cama e escapou da chacina. ``Agora estou com medo que eles voltem para me matar", afirmou. Os vizinhos evitam comentar o assunto. ``Escutei os tiros e pensei que eram fogos de artifício. Depois ouvi alguém chamando por socorro, mas não abri a porta porque fiquei com medo", disse a dona-de-casa Izabel Santos Silva, 58, moradora da casa ao lado. A polícia descarta qualquer ligação do crime organizado carioca com a chacina. Segundo o delegado Eduardo Gobetti, 34, o mais provável é que se trate de moradores do bairro. Texto Anterior: Bala fura a porta de jornal Próximo Texto: Polícia prende 2 PMs acusados de participar de grupo de extermínio Índice |
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