São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995 |
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Belmondo troca aura pela fama
INÁCIO ARAUJO
O que começou com Godard deu a Belmondo a aura de ator de prestígio. Um galã onde a beleza era atributo secundário, um herói intelectual e, sobretudo, herói de um público intelectualizado: o "outsider" existencialista por excelência. Mas Belmondo preferiu, logo, a popularidade, a condição de um dos atores mais bem pagos de seu país. Como seu país é a França, entenda-se por aí que passou a trabalhar com uma série de cineastas de segunda linha. E a segunda linha francesa -onde figura Henri Verneuil, diretor de "Os Ladrões"- não se confunde com a norte-americana. O filme faz parte dessa massa fartamente olvidável de trabalhos que evocam, de alguma maneira, o policial americano, ao contar a história de uma disputa por jóias roubadas. Assim, a crescente popularidade de Belmondo em determinado momento coincide com a fragilidade dos filmes em que trabalha (destino mais ou menos semelhante ao de Alain Delon), a uma palidez patética dos resultados. O destino de Belmondo está ligado ao do cinema francês, em que, a um primeiro time, muito forte, corresponde um segundo, irritante por não ser médio, e sim medíocre. (IA) Texto Anterior: Hugh Grant caiu numa boca quente! Próximo Texto: Livros exploram os escândalos sexuais Índice |
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