São Paulo, sexta-feira, 7 de julho de 1995
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Dida desafia mito do goleiro negro na seleção

FERNANDO RODRIGUES; MÁRIO MAGALHÃES
DOS ENVIADOS A RIVERA

A ascensão de Dida à seleção desafia um dos maiores mitos da história do futebol brasileiro: o de que goleiros negros fracassam.
O mito racista nasceu na Copa do Mundo de 50, quando o goleiro negro Barbosa sofreu dois gols e a seleção brasileira perdeu a final por 2 a 1 para o Uruguai.
Barbosa, hoje aposentado e vivendo em Santos, foi na verdade um dos melhores jogadores que o país já teve na posição.
Houve pouquíssimos goleiros negros na seleção. Nos últimos mundiais, eles foram Taffarel, Carlos, Valdir Peres, Leão e Felix, todos brancos.
Entre os poucos negros estão Jairo (ex-Corinthians), que jogou uma vez em 1976 e sofreu um gol. Outro, na década de 50, foi Veludo -levou 22 gols em 20 jogos.
Em contraste, o negro Pelé e o mulato Garrincha são reconhecidos como os maiores jogadores da história da seleção brasileira.
``Isso não tem nada a ver", afirmou Dida. Depois de ser anunciado como titular na estréia brasileira na Copa América, Dida disse que não quer sair do time.
O titular, Taffarel, está suspenso por mais dois jogos por ter usado nas luvas, na Copa-94, logotipo do fabricante maior do que o permitido pela legislação.
Taffarel deve voltar ao time na terceira partida da Copa América, contra a Colômbia. ``Não sei", afirma Dida, 21.
``Antes temos que ver os primeiros jogos, haverá mais treinos. Eu entrei para não sair mais."
No bate-bola de ontem entre os jogadores, Dida, 1,95 m de altura, levou um gol de cabeça de Juninho, 1,67 m.
Os times misturaram titulares e reservas. O de Dida ganhou por 5 a 4. Taffarel, jogando como atacante, fez dois gols.
(FR e MM)

NA TV
Globo, ao vivo, às 21h30

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