São Paulo, sexta-feira, 7 de julho de 1995
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Creches; Bastidores do esporte; Servidores públicos; Universidades federais; Saúde e Jatene; Racismo cordial; Jogo do bicho; Os melhores filmes; O servo do papa; Cientistas brasileiros; Jaçanã

Creches
``O secretário Adail Vetorazzo, da Fabes, faltou com a verdade. Nos últimos 15 anos, as creches públicas e conveniadas nunca foram alvo de tamanho descalabro imposto pela administração municipal. A atuação da Amesc é firme e inabalável no que diz respeito ao compromisso com o atendimento e direitos da criança e ao bom uso e à transparência na aplicação dos recursos públicos. A administração Maluf erra mais uma vez ao achatar os valores per capita da rede conveniada de São Paulo, prejudicando o atendimento das crianças e adolescentes e demitindo educadores da rede. Já seria hora de o sr. Vetorazzo tornar-se secretário-adjunto de Serviços e Obras, tamanhos os seus esforços em aviltar os serviços sociais em benefícios de pontes, túneis e viadutos."
Luiz Antonio Ferretti, secretário-executivo da Ames -Associação das Entidades Sociais Conveniadas (São Paulo, SP)

Bastidores do esporte
``Não poderia deixar de escrever para mandar um abraço e desejar boa sorte a Juca Kfouri. E também para dizer que, após o término de minha assinatura da revista `Placar', irei pedir o seu cancelamento, pois o que se podia discutir na revista, agora, pelo jeito, não se pode mais. Um abraço de um corintiano feliz pelo seu clube, mas triste pelos dirigentes deste país."
Ricardo Santos Rocha (Caraguatatuba, SP)

``Hosana a Juca Kfouri! Sabia que a Folha não era de deixar placar em branco."
Francisco Cabral (Jataí, GO)

Servidores públicos
``Em artigo publicado na Folha de 24/6, dois articulistas defenderam o direito de greve dos servidores públicos, noticiando serem autores, com outros juízes paulistas, do anteprojeto de lei nº 30/95, em tramitação na Câmara dos Deputados. O anteprojeto defende o direito de os servidores públicos firmarem acordo ou convenção coletiva de trabalho e o de ajuizamento de dissídio coletivo, cuja competência para dirimir o conflito seria do Tribunal Regional Federal, no âmbito do serviço federal, e dos Tribunais de Justiça dos Estados, no âmbito estadual. Temos que discordar do anteprojeto. O servidor, embora tenha assegurados pela Constituição os direitos de greve e de sindicalização, não teve garantidos os acordos e convenções coletivas. O fato de a Constituição assegurar o direito de greve aos servidores não significa que possa a administração pública ficar sujeita a normas coletivas de trabalho, já que as normas constitucionais devem ser interpretadas como um todo. Deve-se ainda lembrar que é de iniciativa privativa do presidente da República as leis que aumentem a remuneração dos servidores públicos. Ante inúmeros óbices constitucionais, é impossível o ajuizamento de dissídio coletivo contra os entes públicos."
Sônia das Dores Dionisio, juíza do Trabalho (Vitória, ES)

Universidades federais
``Em artigo publicado no dia 5/7, o professor Newton Lima Neto apontou com propriedade as ameaças que pairam sobre as universidades públicas federais. As irresponsáveis propostas do ministro Bresser Pereira deveriam ser trocadas pela implantação de planos de carreira, programas de capacitação e de desenvolvimento dos servidores, avaliação institucional e de desempenho e melhoria das condições materiais e salariais de trabalho. Pontos sobre os quais temos propostas já encaminhadas ao governo e até hoje sem respostas concretas. Em vez de desobrigar o Estado de seus compromissos com a educação, precisamos democratizar as universidades e as relações de trabalho na função pública."
Hilbert David Sousa, coordenador da Federação dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras -Fasubra/Sindical (Brasília, DF)

Saúde e Jatene
``É revoltante testemunharmos como os tecnocratas neoliberais deste governo brincam com algo tão sério como o direito à saúde de milhares de brasileiros excluídos política, econômica e socialmente de quaisquer direitos. Simultaneamente, é reconfortante observarmos a trajetória eticamente irrepreensível do ministro Adib Jatene ao brigar por soluções equitativas (talvez não as melhores para os nossos bolsos), buscando reduzir a profunda desigualdade de chances de sobrevida digna com que convivemos."
Ana Pitta, secretária nacional da World Association Psychosocial Rehabilitation (São Paulo, SP)

Racismo cordial
``O negro está cansado de ver sua condição como uma acromania. De vez em quando surgem matérias jornalísticas, como o caderno `Racismo Cordial' (25/6), que apenas reforçam um sentimento camuflado e alimentado cada vez mais pela injustiça social e, em vários casos, pela impunidade. Chega de sermos coitadinhos, não queremos esmolas, heróis ou mártires, queremos o direito igual, mas somente pelo esclarecimento, pela comunicação, pela discussão do assunto."
Gérson Antônio da Cruz (Belo Horizonte, MG)

Jogo do bicho
``Sabe-se que o jogo do bicho é uma das atividades mais lucrativas do Brasil. A marginalização dessa atividade tão popular no país gerou a violência, a corrupção nos Poderes e o suborno de policiais. Ao não legalizá-la, o governo federal deixa de arrecadar um volume considerável de recursos, num país tão carente dos mesmos. Chegou a hora de se acabar com o falso moralismo e com os eufemismos reinantes no país, legalizando o jogo do bicho, iniciando o império da lei e da moral."
Francisco de Sales Zednik (Fortaleza, CE)

Os melhores filmes
``Carta minha sobre o caderno `Os cem melhores filmes' foi publicada em 14/5, porém com seu conteúdo desvirtuado: somente foi transcrita a parte em que eu fazia elogios à Folha, tendo sido censurada a parte em que criticava as seleções feitas pelos jornalistas Inácio Araújo e Sergio Augusto dos dez melhores filmes realizados no mundo."
José Marinho Nery Jr. (São Paulo, SP)

O servo do papa
``Agradecemos a citação feita pelo professor Comparato de Mt 20;25-27, não a ironia. Mais de 16 séculos antes do pronunciamento do ilustre docente, a igreja já estava preocupada com o Evangelho."
Valdastico Pattarello (São Paulo, SP)

Cientistas brasileiros
``Parabenizo a Folha pela reflexão que provocou ao publicar a lista dos maiores cientistas brasileiros. A ciência brasileira teve expressivo crescimento quantitativo e qualitativo nesse período, tendo atingido padrões internacionais de excelência em várias áreas do conhecimento. Porém, mesmo nessas áreas o pequeno número de cientistas de que dispomos não viabiliza a sinergia necessária para contribuições de maior impacto. No mundo moderno, o potencial de inovação tecnológica é fortemente dependente do desenvolvimento científico. É, pois, imperioso que ampliemos a dimensão e produtividade de nossa comunidade científica."
José Fernando Perez, diretor-científico da Fapesp (São Paulo, SP)

Jaçanã
``Parabenizo a equipe de frente do pronto-socorro do Jaçanã: os seguranças, pela coragem, determinação e humanidade. Presenciei por inúmeras vezes alguns usuários reagindo com violência ao descaso de alguns médicos, e lá estavam eles, servindo de escudo, defendendo a integridade física desses maus profissionais, enfrentando até armas de fogo. O problema maior é que nas carteiras de trabalho desses `anjos' consta apenas `porteiro'. Quero parabenizar também outros `anjos': os auxiliares de enfermagem e enfermeiros e os jovens drs. Hamilton Luiz S. Ferreira e Marcelo Rossi."
Amélia Maria Lopes Pessoa (São Paulo, SP)

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