São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
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Ministério aumenta em 28% verba destinada a universidades federais

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo deverá gastar mais este ano com as universidades federais do que no ano passado, comprometendo, com isso, 55,6% de todo o orçamento do MEC (Ministério da Educação).
O recurso das instituições deve saltar de R$ 3,75 bilhões para R$ 4,8 bilhões -aumento de 28%.
A verba já vinha crescendo: de R$ 2,9 bilhões em 92 para R$ 3,3 bilhões em 93, segundo o MEC.
Nesse período, o número de alunos não acompanhou, na mesma proporção, o aumento de recursos: em 92 havia 360 mil matriculados, contra 390 mil hoje -ou seja, os recursos aumentaram 65% e o número de alunos, 8%.
As universidades federais respondem por 20% dos matriculados no ensino superior -ou 2% da população em idade universitária.
Os 30 milhões de alunos do primeiro grau do país ficam com um investimento (per capita) bem menor: R$ 14 bilhões, dos governos federal, estaduais e municipais.
O secretário de Ensino Superior do MEC, Décio Leal de Zagottis, diz que não há como diminuir esses gastos. A idéia é ampliar o número de alunos com novo modelo de distribuição de recursos.
A folha de pagamento representa 95% dos gastos. Dos 5% restantes, metade vai em salário indireto (vale-refeição, por exemplo).
No mês passado as universidades receberam autorização para contratar 2.000 pessoas. Anteontem foram autorizados mais 2.000 contratações, que serão efetivadas a partir de janeiro de 96.
O presidente do Crub (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras), Éfrem de Aguiar Maranhão, diz que as contratações visam repor vagas de professores que pediram aposentadoria.
Segundo Maranhão, que é reitor da Universidade Federal de Pernambuco, os aposentados e pensionistas eram 11% da folha de pagamentos em 90. Hoje são 31%.
O presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Antônio Diomário de Queiroz, acha que o desperdício é não aumentar ainda mais os recursos das universidades.
Ele afirma que são exceções os casos de excesso de funcionários e quer pelo menos 25% de verba de custeio -e não 5%-, para investir em equipamentos e ampliação.
``O que não dá é nós termos um carro de luxo que não pode sair na rua porque não tem gasolina."

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