São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
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``Arrastão" policial em SP detém 98

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma ação conjunta das polícias Civil e Militar no centro de São Paulo prendeu ontem de manhã 98 pessoas por vadiagem, falta de documentação ou atitudes suspeitas.
Duas pessoas foram presas por porte de drogas e outros três tinham condenações anteriores na Justiça por outros crimes. Outros 33 adolescentes foram encaminhados ao S.O.S. Criança, órgão que cuida de menores infratores.
A ação, batizada pela polícia de ``arrastão", se concentrou no chamado ``quadrilátero do crack", entre as ruas Guaianazes e Vitória, em Santa Ifigênia, e rua Mauá e avenida Duque de Caxias, na Luz.
Cerca de cem policiais civis e militares participaram da operação, realizada entre 9h30 e 14h.
Segundo José Carlos Soares, 34, delegado operacional da Seccional Centro, o principal objetivo da operação era identificar os pontos de venda de crack na região.
Esta é a terceira ação do tipo que a polícia realiza na cidade. Há três semanas, houve uma na região da Paulista e Jardins e na semana passada outra no centro, entre as praças do Correio e Patriarca e o vale do Anhangabaú.
Segundo Soares, outras ações parecidas devem ser realizadas nas próximas semanas.

Ilegalidade
A ação da polícia no ``arrastão" foi considerada ilegal por especialistas consultados pela Folha.
Para o advogado Marcio Thomaz Bastos, ninguém pode ser revistado ou intimado a apresentar documentos se não houver suspeitas de que cometeu um crime.
``Não existe nenhuma lei que obrigue a pessoa a andar com documentos. Esse tipo de ação acaba recaindo sempre sobre as pessoas mais vulneráveis, negros ou mal vestidos", afirmou.
O delegado Soares contesta a afirmação do advogado Bastos. Segundo Soares, a ação da polícia foi baseada em denúncias de informantes.
``Somente foram revistadas as pessoas sobre as quais havia alguma suspeita", afirmou.

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