São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
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FHC não deve apoiar imposto para a saúde

DO ENVIADO ESPECIAL, DE BUENOS AIRES; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso indicou ontem na Argentina que ainda não comprou a proposta do ministro da Saúde, Adib Jatene, de recriar o IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras).
``Não se pode pedir ao país mais impostos para fazer investimentos em áreas vitais", disse ele.
FHC quer concentrar esforços na aprovação da reforma tributária, que será encaminhada ao Congresso no segundo semestre, e vai mexer com todos os impostos cobrados no país.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan disse ontem que é contrário à criação de um novo imposto.
A afirmação foi feita à diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), onde o ministro esteve à tarde.
Anteontem, após encontro com Malan, Jatene disse que havia obtido o sinal verde para a criação do imposto da saúde.

Cigarros
O senador Pedro Piva (PSDB-SP) iniciou ofensiva para que o Congresso aprove, em agosto, seu projeto de lei complementar que destina a Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) sobre a venda de cigarros e de bebidas alcoólicas para a saúde.
Piva quer, primeiro, convencer o ministro da Saúde, Adib Jatene, de que sua proposta é a única solução viável para a alocação de mais recursos para o ministério.
Jatene defende a volta do IPMF para financiar a Saúde. Proposta de emenda constitucional nesse sentido foi apresentada pelo senador Antônio Carlos Valadares (PP-SE).
Piva pediu a interlocutores que tentem conseguir o apoio do secretário da Saúde de São Paulo, José da Silva Guedes, para sua proposta. Guedes é ligado a Jatene.
Um dos recados do senador tucano é que são praticamente nulas as chances de que a emenda Valadares seja aprovada.
Criação de imposto é medida antipática e não interessaria agora nem ao governo nem aos parlamentares.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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