São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
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MEC aumenta verba para universidade

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo deverá gastar mais este ano com as universidades federais do que no ano passado, comprometendo, com isso, 55,6% de todo o orçamento do MEC (Ministério da Educação).
O recurso total dessas instituições deve saltar de R$ 3,75 bilhões para R$ 4,8 bilhões.
A verba já vinha crescendo: de R$ 2,9 bilhões em 92 para R$ 3,3 bilhões em 93, em valores atualizados, segundo o próprio MEC.
Nesse período, o número de alunos não acompanhou, na mesma proporção, o aumento de recursos: em 92 havia 360 mil matriculados, contra 390 mil hoje -ou seja, os recursos aumentaram 65% e o número de alunos, 8%.
As universidades federais respondem por 20% dos matriculados no ensino superior -ou 2% da população em idade universitária.
Os 30 milhões de alunos do primeiro grau do país ficam com um investimento (per capita) bem menor: R$ 14 bilhões, dos governos federal, estaduais e municipais.
O secretário de Ensino Superior do MEC, Décio Leal de Zagottis, afirma que não há como diminuir os gastos com as federais.
A idéia é ampliar o número de alunos através de um novo modelo de distribuição de verbas (veja texto nesta página).
``Diminuir as verbas, por menos que seja, quebraria as universidades e isso nós não queremos."
A folha de pagamento representa 95% dos gastos. Dos 5% restantes, metade vai em salário indireto (vale-refeição, por exemplo).
No mês passado as universidades receberam autorização para contratar 2.000 pessoas, a título de reposição de quadros. Anteontem foram autorizados mais 2.000 contratações, que serão efetivadas a partir de janeiro de 96.
O presidente do Crub (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras), Éfrem de Aguiar Maranhão, afirma que essas contratações estão sendo pedidas para repor as vagas dos professores que pediram aposentadoria.
Segundo Maranhão, que é reitor da Universidade Federal de Pernambuco, os inativos (aposentados e pensionistas) eram 11% da folha de pagamentos em 90, 23% em 92 e hoje são 31%.
O presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Antônio Diomário de Queiroz, acha que o desperdício é não aumentar ainda mais os recursos das universidades.
Ele afirma que são exceções os casos de excesso de funcionários e quer pelo menos 25% de verba de custeio -e não 5%-, para investir em equipamentos e ampliação.
``O que não dá é nós termos um carro de luxo que não pode sair na rua porque não tem gasolina."

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