São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995
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Estão em jogo US$ 8 trilhões

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Se vingar, a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) será a maior zona de negócios do mundo, com mais de 800 milhões de consumidores e um volume anual de comércio de US$ 8 trilhões.
Com exceção de Cuba, todos os países das três Américas (do Norte, do Sul e Central), um total de 34, estão convidados a participar. Extra-oficialmente, são os EUA, o maior e mais rico mercado do mundo, que querem traçar os caminhos dessa integração.
Nos últimos dez anos, a participação da América Latina nas exportações totais dos EUA aumentou de 31% para 44% e o volume de comércio dobrou.
Ao todo, os Estados Unidos exportaram US$ 204 bilhões para as Américas durante o ano passado.
Ficou decidido em Denver, durante o Fórum de Comércio do Hemisfério Ocidental, que reuniu representantes dos 34 países, que a integração vai ocorrer até o ano 2005 via blocos comerciais -que já são cinco nas Américas (ver quadro).
Países maiores como o Brasil e a Argentina insistiram nessa estratégia, que não deve impedir os EUA de atraírem cada vez mais países para o seu Nafta, como aconteceu com o Chile.
O Brasil quer que o Mercosul se resguarde, já que pende também para um possível acordo com os 15 países da União Européia.
Na prática, os países já se atiram à integração.
Em quatro dias de reuniões entre mil empresários em Denver, foram assinados acordos comerciais entre os vários países equivalentes a US$ 2,5 bilhões.
Os empresários que participaram dos encontros chegaram à conclusão que não apenas a quantidade, mas também a qualidade, do comércio nas Américas tende a evoluir mais rapidamente agora.
O objetivo é incorporar parcerias em áreas como telecomunicações e energia, que podem gerar bilhões de dólares em negócios (ver quadro), ao tradicional comércio de produtos agrícolas e industriais.
(FCz)

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