São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995 |
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FHC já foi contra a livre negociação dos salários Há 11 anos, senador de oposição propunha indexação MARTA SALOMON
Há 11 anos, quando era senador pelo PMDB e de oposição ao governo, FHC propôs a correção semestral automática dos salários pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O projeto de lei apresentado por FHC atacava a política salarial do governo João Figueiredo, que previa a desindexação progressiva dos salários -tal como a MP (medida provisória) 1.053, que proíbe a correção salarial automática pela inflação passada. Segundo o então senador FHC, em vez de combater a inflação e manter o nível de emprego, como anunciara o governo, a livre negociação salarial teve como resultado reduzir as importações e garantir um superávit comercial acertado pelo governo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Na justificativa que acompanha o projeto, FHC classifica a desindexação salarial promovida pelo governo Figueiredo de ``contenção salarial". No texto, FHC lançou a seguinte teoria: ``a mola principal (da inflação) são os custos financeiros e não os salários". Um ano e meio depois de a desindexação dos salários entrar em vigor, a inflação continuava subindo e fechou 84 em 200%. ``Cai a massa dos salários, cai o consumo dos assalariados", escreveu FHC, apontando para a queda nas vendas registrada então pelo comércio paulista e a redução do salário médio real na indústria do Estado. ``A crise no mercado interno se aprofunda, desfazendo ilusões sobre uma reativação da economia induzida apenas pelo desempenho das exportações", completou, prevendo um cenário de ``retrocesso industrial e tensões sociais explosivas". O principal alvo das críticas de FHC era o decreto-lei 2.065, editado em 1983, e que estabelecia a livre negociação e a desindexação ``gradual" dos salários. Texto Anterior: Paiva diz que salários terão ganho real Índice |
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